O governador Raimundo Colombo anunciou durante a passagem por Joinville nesta semana a instalação de um colégio militar na cidade para atender aos alunos do ensino médio e começar a operar em fevereiro do próximo ano. De acordo com a Agência de Desenvolvimento Regional (ADR), a opção deve ser para que a unidade use a atual estrutura da Escola Osvaldo Aranha, no bairro Glória.

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Atualmente, ocorrem aulas apenas no período matutino e os alunos seriam realocados para a nova escola que será inaugurada no bairro Vila Nova. A secretária da ADR, Simone Schramm, explica que todo o processo de implantação do colégio militar está sendo realizado pela Polícia Militar junto ao Conselho Estadual de Educação e a Secretaria da Educação.

Ela afirma que não pode assegurar que o funcionamento da nova unidade comece em fevereiro porque todo o processo ainda precisa tramitar pelos órgãos de educação.

– A gerência de educação formalizou agora o encaminhamento das quatro novas escolas (incluindo a do Vila Nova) e ainda precisa ser aprovado no conselho estadual, mas em nenhum momento também teria problema das aulas (do colégio militar) iniciarem no ano que vem, compartilhando o espaço com a Escola Osvaldo Aranha – explica.

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Além da estrutura física, será necessário garantir também o corpo técnico da unidade para trabalhar na educação dos alunos. Simone afirma que os professores que são efetivos da Escola Osvaldo Aranha permanecem no colégio, mesmo com a mudança dos alunos para outra unidade.

Já o comandante da 5ª Região da Polícia Militar (RPM), coronel Amarildo de Assis Alves, diz que serão necessários disponibilizar um policial para ser o diretor do colégio e mais quatro a cinco militares para dar suporte técnico à escola.

O comandante salienta que a instalação do colégio pode ajudar na área de segurança do município. Um dos fatores apontados por ele é que a escola dará estrutura para a criança e o adolescente cresceram no meio militar e se interessarem em ingressar na carreira, formando novos policiais para atuarem no futuro. Além disso, o coronel acredita que há a possibilidade de um ganho com a criação de uma nova oportunidade para as crianças em grau de risco.

– Tem o lado social de pegar pessoas que estejam em grau de risco e dar uma nova oportunidade de vida, talvez algo que os pais não conseguiram dar. Dentro do colégio, talvez elas tenham a oportunidade desse aprendizado – completa.

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Como funciona um colégio militar?

O coronel Amarildo de Assis Alves explica que os primeiros colégios foram criados no Brasil para atender aos filhos de militares, mas depois abriram espaço para os civis. O ensino é o mesmo oferecido pelas escolas estaduais. A diferença está na filosofia implantada na unidade, com atenção especial à disciplina, ao respeito e civismo. O primeiro colégio instalado em Santa Catarina foi em Florianópolis e, neste ano, houve a inauguração de outro, em Lages.

Segundo o comandante da 5ª RPM, no colégio militar os alunos têm horários definidos para as atividades, estudos, recreação, disciplina, civismo, hasteamento da bandeira e execução do Hino Nacional. Se o estudante cometer qualquer ato de indisciplina, a escola adverte, solicita a presença dos pais e pode até gerar suspensão ou expulsão. No entanto, o coronel Amarildo reforça que não é um regime militar, mas apenas o uso da filosofia militar para o ensino.

– Eu acho que não tem coisa melhor. Esse modelo deu tão certo que, nas provas do Enem e outras avaliações do MEC (Ministério da Educação), quem se destaca sempre são os colégios militares – ressalta.

O resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), divulgado neste mês, por exemplo, mostra o Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires, de Florianópolis, como a melhor média do Estado entre as séries finais do ensino fundamental.

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