O Ministério Público de Santa Catarina recomendou e a Federação Catarinense de Futebol acatou: as duas primeiras rodadas do Campeonato Estadual, que começa neste sábado, 19, não devem ter torcedores nas arquibancadas. Os clubes tentam, nesta sexta-feira, uma ação para reverter a situação.

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A decisão foi tomada porque os clubes entregaram os quatro laudos necessários (de segurança, de vistoria de engenharia, de prevenção e combate contra incêndios e de condições sanitárias e higiene) fora dos prazos determinados em acordo entre MP e FCF, atendendo às normas do Estatuto do Torcedor.

Pelo acordo, os clubes deveriam providenciar os laudos até 45 dias antes da estreia, o que não aconteceu. Assim, dia 15 de janeiro passou a ser o prazo final, não respeitado por alguns clubes.

Pegos de surpresa, os presidentes dos clubes se reuniram por mais de uma hora, na noite desta quinta-feira, no Hotel Majestic, em Florianópolis, logo após a cerimônia de lançamento do Estadual. A discussão foi tensa e os cartolas se mostraram incomodados e irritados.

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Na sexta-feira pela manhã eles estudam uma forma de reverter a situação. A estratégia a ser adotada não foi anunciada. Advogados dos clubes devem se reunir para definir os detalhes. Segundo Sandro Barreto, advogado da Associação dos Clubes de Futebol Profissional, uma possibilidade é entrar na Justiça em busca de uma liminar para liberar a participação da torcida.

– Não podemos ficar parados, é um absurdo o que estão fazendo – disse o novo presidente da Associação dos Clubes, Wilfredo Brillinger, também mandatário do Figueirense.

– O MP está tendo um rigor excessivo e desnecessário. A maioria dos clubes não cumpriu com os prazos, mas isso acontece quase todo o ano. Quem vai sair perdendo é o futebol catarinense e o torcedor que quer prestigiar o seu clube – analisou Zunino.

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A recomendação do MP aconteceu em reunião com o presidente da FCF, Delfim Pádua Peixoto Filho, na tarde ontem. No encontro, os promotores Eduardo Paladino e Marcelo de Tarso Zanellato recomendaram, inicialmente, a suspensão das duas primeiras rodada, decisão não acatada por Delfim Peixoto. O presidente da FCF levou o problema aos clubes e anunciou a decisão de fechar os portões dos estádios nos 10 primeiros jogos do Catarinense.