A vitória de Udo Döhler, neste domingo, é bem mais do que a vitória pessoal. A vitória de Udo Döhler é a vitória de uma prática política levada ao extremo durante os últimos quatro anos à frente da Prefeitura de Joinville. A prática de um gestor inflexível para com os malfeitos, escorado no fato de ser realizador na iniciativa privada, rígido no controle dos recursos e adepto da busca por excelência e resultados máximos, depois de, segundo diz, ter colocado as finanças do município em ordem. Se tudo isso é correto, acrescente-se um pouco mais.

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A vitória é também a vitória do PMDB. O partido se credencia, com mais força, para a disputa sucessória estadual. O pleito para o governo do Estado, em 2018, ganha uma configuração que ajuda, em muito, os planos do grupo que quer retomar o assento, hoje ocupado por Raimundo Colombo. Ganhar em Joinville é, sempre, uma vitória maior. E decisiva. A cidade tem o maior colégio eleitoral de Santa Catarina; responde pela maior riqueza gerada no Estado; é polo geoeconômico fundamental ao desenvolvimento catarinense; contribui com fatia expressiva da arrecadação de tributos estaduais; e é nacionalmente conhecida por ser um dos municípios brasileiros com muito bom Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

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Neste contexto, o nome de Udo Döhler surge como a estrela da sigla. Não é pouca coisa vencer duas vezes para prefeito de Joinville. As duas vitórias seguidas – em 2012 e, agora, em 2016 -, jogam holofotes sobre o empresário. Coloca-o no centro das articulações rumo à sucessão de Colombo. E aparece como liderança inquestionável, a ser lembrado como eventual opção do partido na disputa de 2018.

Udo é um político que, ao longo dos últimos quatro anos, aprendeu a conviver com as diferenças de ideias. Nunca abandona a defesa das suas ideias. Tem o ardor de um militante aguerrido, que insiste em convencer os demais do acerto de suas posições e atitudes.

O resultado das urnas exigirá dele – e de seu secretariado – ainda mais competência técnica, flexibilidade nas relações com a Câmara de Vereadores, senso de oportunidade para aproveitar chances junto aos governos do Estado e da União, para conquistar apoios e dinheiro para a realização de obras prometidas. Sabemos todos: sem dinheiro de outras fontes, tocar qualquer prefeitura torna-se inviável. Sozinhos, os prefeitos quase nada conseguem fazer.

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A cobrança do eleitorado por cumprimento de promessas de campanha virá rapidamente. Será mínima a tal carência, habitualmente concedida ao eleito, até que tome pé da situação da administração pública. No mínimo, por duas razões: 1) Udo já conhece a fundo toda a engrenagem e detém conhecimento pleno do que acontece. Portanto, não precisa de tempo para começar a agir. 2) A sociedade tem pressa, e há cada vez menos paciência para com os políticos.

Sem dúvida, Udo é um político com a mente de empresário. Este comportamento lhe criou problemas nos anos iniciais de seu mandato atual. Agora, sabe que terá de iniciar seu segundo mandato fazendo concessões inimagináveis em fevereiro de 2013.

Se em 2013-2016 olhou para as contas da Prefeitura, enquadrou os malfeitos, priorizou a educação e jogou grande parte do dinheiro na saúde, desta vez a mira vai ter de agregar outras carências sociais. Desde cedo, a pavimentação de dezenas de ruas, ainda sem asfalto ou lajota, precisará ser uma de suas prioridades. O povo clama por isso. Atender ao varejo se impõe. No mais, a continuidade de obras de saneamento, a preparação da cidade para um novo modelo econômico e melhorias na mobilidade, com pontes e viadutos e duplicações de vias estratégicas, serão cobradas pelos joinvilenses.

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