Frederico dos Santos, 60 anos, experiente empresário, proprietário da rede de lojas Freddy Pneus, vai dirigir a Câmara de Dirigentes Lojistas de Joinville. Até 30 de junho, integra trio de transição, até a saída definitiva do ainda presidente Luiz Kunde.

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Em entrevista concedida à coluna Livre Mercado, no seu escritório, na quinta-feira, dia 24, se autodefine como conciliador com grande capacidade de ouvir pessoas. Ele também busca modelos e práticas em outras CDLs do Estado para aprimorar a gestão. Em relação ao modelo de gestão, entende como possível aumentar o número de membros do conselho deliberativo como forma de democratizar o processo decisório.

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A NOTÍCIA – A transição na Câmara de Dirigentes Lojistas de Joinville começou, e reuniões já aconteceram. Qual é a situação da entidade hoje?

Frederico dos Santos – Preciso de um tempo para conhecer a realidade. Estou chegando agora. Tive poucas conversas, por enquanto.

AN – Como se chegou ao teu nome para conduzir a CDL, depois da disputa interna, que resultou em renúncia coletiva da diretoria?

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Freddy – O consenso em torno do meu nome aconteceu bem depois que houve o convite, uma sondagem. Não queria. Tenho que administrar os meus negócios. Há planos de expansão.

AN – Como foi convencido?

Freddy – Falaram comigo, e ex-diretores referendaram. O Kunde já tinha falado sobre isso antes. À época, respondi que pensaria sobre o assunto, mas para uma próxima gestão… Há um mês, ele me chamou, conversamos no shopping. Mostrou-me o projeto novo de negócios dele. Falou da necessidade de ele sair. Por tudo o que expliquei, minha primeira resposta foi não. Como havia consenso em torno do meu nome, acabei topando.

AN – Quem é Frederico dos Santos? Qual é o teu perfil?

Freddy – Tenho olhar atento ao novo. Sou conciliador, muito criativo. Ouço as pessoas. Sempre busco alternativas, soluções.

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AN – Como vai dividir o tempo entre a CDL e a tua empresa, a Freddy Pneus?

Freddy – Quero estar pelo menos um dia por semana na CDL. Nesta semana que começa, terei reuniões com o advogado Álvaro Cauduro. E também tenho de me inteirar mais detalhadamente das coisas com o Kunde.

AN – Qual será o maior desafio nestes próximos cem dias – até fim de junho – o tempo da transição?

Freddy – Vou conversar com cada um dos funcionários. Falar com as pessoas. Verificar o que pode melhorar, e me inteirar bem das coisas. Projetos novos? Não dá pra pensar nisso agora.

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AN – O senhor vai colher sugestões também em outras associações?

Freddy – Sim. Vou procurar presidentes de outras CDLs, como de Florianópolis, Blumenau, e encontrar boas ideias.

AN – É necessário ter alguém para tocar o dia-a-dia de modo profissional?

Freddy – Sim. Precisamos, urgentemente, contratar um gerente executivo. Para esta função, a formação é importante. Fundamental é ser criativo, pró-ativo, que tenha jogo de cintura, rapidez no discernimento, ter habilidades no relacionamento com pessoas. Resumindo: tem de ser firme e leve – ao mesmo tempo.

AN – Quantos funcionários tem a CDL atualmente?

Freddy – Somos em 20. Haviam 35. O enxugamento feito adequou a entidade.

AN – Qual é a receita da CDL?

Freddy – As receitas derivadas do serviço de consultas a cheques, via SPC, sempre foram predominantes. Isso vem diminuindo bastante. Principalmente nos últimos dois a três anos, por conta de negócios serem feitos cada vez mais com cartões de crédito e débito.

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AN – Há dependência dos serviços de SPC?

Freddy – Em 2015, o serviço do SPC representava 42% da receita total. Há alguns anos, o percentual era bem mais alto. Ainda em 2015, outros 42% vinham de mensalidades. O serviço CDL celular aparece em terceiro. Também ganham importância os registros de protestos em cartório e assinatura digital. Kunde mostrou os números e a CDL está superavitária.

AN – Qual será o papel das câmaras setoriais?

Freddy – Sem abandonar as contribuições dos mais experientes, quero contar com jovens para trazer ideias novas.

AN – O que o senhor leva da tua gestão à frente da empresa para a CDL?

Freddy – Ter bom senso. Sempre perguntar: será que é assim mesmo? Dar oportunidade às pessoas. E compreender o que desejam.

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AN – Pensa em mudar os estatutos e aumentar o número de conselheiros aptos a votar e participar das decisões internas?

Freddy – Não está descartada a possibilidade de ampliar o número de integrantes do conselho deliberativo. Vou trocar ideias para ver como isso pode contribuir, mas sem tumultuar. Hoje são 45 membros. Há 1650 associados.