Com 80% da chuva para o mês inteiro caindo em apenas 12 horas, Porto Alegre viveu uma manhã de grandes transtornos no trânsito. De Norte a Sul, pontos de alagamentos, árvores caídas, sinaleiras fora de funcionamento e carros com problemas mecânicos deixaram o fluxo de veículos ainda mais lento do que o comum. Para completar, o trensurb ficou sem operação entre as estações Mercado e São Pedro. A prefeitura orientou os porto-alegrenses a não saírem de casa sem necessidade.

Continua depois da publicidade

Leia todas as notícias de Zero Hora

Leia todas as matérias sobre chuva

Os reflexos são sentidos desde a madrugada. Na Zona Sul, o Arroio Cavalhada transbordou, invadindo pátios e bloqueando ruas, como a Barbosa Neto e a Santa Flora. No início da manhã, moradores da região não conseguiam sair de casa ou tinham de mudar suas rotas.

– Acordei para trabalhar e, quando olhei no portão, a água tinha tomado conta de tudo aqui na frente. Não é normal acontecer desta forma, primeira vez que vejo. O Arroio Cavalhada passa atrás da minha residência e do lado. O pátio de trás está cheio – contou o metalúrgico Alisson Rodrigues, 27 anos, morador da Santa Flora, bairro Cavalhada.

Continua depois da publicidade

Perto da casa de Rodrigues, na Rua Gramado, a água suja descia pelo asfalto como se fosse um rio. Na Ângelo Barbosa, além da dificuldade em transitar – de carro e a pé -, casas foram alagadas.

– Uma vez a cada dois anos acontece isso. Tive de desligar a luz por causa da corrente elétrica e levantei a geladeira. A casa alagou toda – conta Vinícius Brack, 28 anos.

Cavalhada, Eduardo Prado e Juca Batista tinham bastante movimentação. Na última, a pista foi tomada pela água do Arroio do Salso, complicando ainda mais a passagem de veículos e pessoas. Pátios de residências e estabelecimentos comerciais, como uma gráfica, foram inundados.

Na Zona Norte, a situação era crítica, com a chegada pela Terceira Perimetral bastante lenta. Na São Salvador, um motorista estava ilhado no fim desta manhã, dentro de um Civic.

– A água começou a subir, e o carro apagou. Estou sentado no banco de trás porque a parte da frente está alagada. O carro vai para o oficina, certamente com danos no motor, um prejuízo enorme – disse o empresário Cléo Souza, 61 anos, enquanto aguardava o guincho.

Levar o Jipe Wrangler para uma revisão na mecânica foi o motivo para trazer o ortodontista Fabrício Marcolin, 40 anos, de Nova Prata à Capital. O movimento já era para o retorno à cidade da Serra quando o veículo não conseguiu superar as águas que começavam a encobrir o trecho da Avenida Sertório, próximo da Ponte do Guaíba, no meio da manhã.

– A água não estava tão alta, mas o carro apagou. Quando parou, a água subiu muito rápido.

Parado, o veículo foi tomado pela água barrenta. Com a ajuda de outras pessoas, Marcolin conseguiu tirar o carro e levar de volta à mecânica. Mesmo com o veículo recuperado, a volta para casa foi acompanhada do cheiro desagradável de esgoto.

Continua depois da publicidade

– Graças a Deus não aconteceu nada em termos de motor, mas vou ter que higienizar todo o carro.

Conforme a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), aproximadamente 400 agentes orientavam o trânsito, com monitoramento por 101 câmeras. Dez ônibus foram colocados para auxiliar o transporte de passageiros do trensurb.

Acompanhe a movimentação ao vivo na Capital

Alagamentos na Região Metropolitana