As fortes chuvas que há dias castigam Santa Catarina estão impedindo a colheita de pelo menos 350 mil sacas de soja e 250 mil sacas de feijão no Oeste e no Planalto Norte catarinense. O clima também afeta as safras tardias de milho e a produtividade do gado leiteiro no Estado. Na produção de verduras, o maior impacto é no Litoral, onde agricultores já relatam perdas de 30%. Em fase final de colheita, as culturas representam uma área 270 mil hectares plantados em todo o território catarinense.

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Segundo Lourenço Lovatel, gerente comercial da Cooperalfa, de Chapecó, além da dificuldade de colher o grão no campo, há prejuízo na qualidade da lavoura. A cooperativa, que é a maior do Estado, tem de 3% a 5% da soja colhida na safrinha e 30% do feijão. De acordo com ele, toda a segunda safra do milho já foi praticamente colhida. As chuvas também afetam a produtividade do gado leiteiro, de 10% a 20%, calcula Lovatel.

De acordo com o secretário-adjunto da Agricultura, Airton Spies, os números do impacto do excesso de chuvas no Estado ainda estão sendo apurados. Porém, é possível afirmar que há prejuízo nas safrinhas, principalmente para os agricultores que estão em fase de colheita.

– O produtor que está com safrinha de feijão no campo tem dificuldade de colher. Além da chuva, que dificulta o trabalho, o grão fica mais vulnerável a doenças e mofa no campo – afirma.

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Em SC, a safrinha do feijão tem cerca de 26,3 mil hectares plantados e potencial de 43,4 mil toneladas de produção este ano – cerca de 50% de toda a cultura no Estado. Com relação ao milho, a safra tardia representa 4% da área plantada de 6% da produção, estimada em 15,9 mil hectares em SC.

Prejuízo para produtores de verduras na Grande Florianópolis

O Litoral concentra o maior volume da produção de verduras e hortaliças do Estado. Segundo o gerente regional da Epagri na Grande Florianópolis, José Orlando Borguesan, os técnicos estão em campo para apurar a extensão dos prejuízos e um relatório será divulgado na tarde de quinta-feira.

Na Chácara Beija-Flor, que produz cinco toneladas por dia de verduras e legumes orgânicos em Antônio Carlos, o prejuízo já é de 30%. Segundo Robson José Petry, sócio da empresa, a chuva atrapalhou o trabalho durante todo o mês de maio, impedindo a semeadura e o manejo.

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– Estamos sofrendo bastante. A produção de alface e de temperos é a que mais sente. Se a chuva não parar, podemos ter uma perda de produtividade de até 50% – afirma.

No mercado, as variedades mais sensíveis, como alface lisa, alface roxa e rúcula já estão rareando no comércio.

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