Em 2012, 6,5 milhões de pessoas se inscreveram para as provas; em 2013, esse número aumentou para 7,1 milhões. Mesmo assim, uma parte considerável das pessoas não compreende o cálculo das notas: uma pesquisa feita pelo Ibope este ano mostra que 62% dos estudantes entendem mais ou menos como funciona a pontuação, 24% não entendem e apenas 14% entendem muito bem. E você, sabe como sua nota será calculada?
Continua depois da publicidade
Eu posso calcular a nota do Enem sozinho em casa?
Impossível, e essa é justamente uma das maiores críticas ao TRI. O complexo cálculo é feito por computadores, que levam em conta diversas variáveis para se chegar ao resultado fi nal. O cálculo à mão teria que ser feito por alguém com conhecimento avançado em estatística e com uma listagem completa do grau de dificuldade de cada questão da prova, o que não é possível porque essas informações não são divulgadas pelo Inep.
A TRI ajuda a diminuir os acertos por chute?
Continua depois da publicidade
Não, a probabilidade de se acertar uma questão com chute é a mesma com ou sem TRI. Para as perguntas com cinco alternativas, a chance de um acerto aleatório continua sendo de 20% (uma em cinco). O que o método faz é diminuir o peso de eventuais acertos fora do padrão, já que um candidato que teve dificuldade nas questões fáceis do teste dificilmente saberia solucionar as perguntas mais complexas. Podemos comparar essa lógica com uma corrida dividida em três modalidades – 100 metros, 500 metros e dois quilômetros. Alguém que não conseguisse completar a primeira prova jamais conseguiria correr dois quilômetros, da mesma maneira que um esportista que fizesse o trajeto maior com certeza conseguiria fazer os menores. O TRI parte da mesma lógica: o candidato passa por diversas peneiras até o momento em que se torna possível medir em qual ele parou.
:: Confira a reportagem completa sobre a TRI
:: Análise de pinturas e imagens é essencial no Enem
Se eu não souber uma questão eu devo chutar ou deixá-la em branco?
Deixar uma questão em branco é furada mesmo que você não saiba a resposta de uma pergunta. Ao contrário das provas somatórias como o vestibular da UFSC, onde uma alternativa assinalada errada pode eliminar uma certa, o erro no Enem não desconta nota. O que o TRI faz é diminuir o peso de uma questão chutada para estimar uma média do candidato, e não eliminá- la por completo. “Mas cuidado, não é uma diminuição no peso tão grande assim”, adverte o professor Mateus Prado.
Como é calculada a média do Enem?
A nota geral de todos os alunos é calculada a partir da média inicial de 500 pontos. Não há uma média fixa, pois todo ano o nível dos candidatos pode mudar. Um estudante que tirar mais que 500 numa área de conhecimento provavelmente acertou mais que a média geral para aquela disciplina; quem ficar abaixo de 500, acertou menos. Por exemplo: se na área de Matemática a média dos acertos dos concluintes do ensino médio que prestaram o Enem foi de 15 das 45 questões, todos que acertaram mais de 15 deveriam ser pontuados acima de 500, caso não houvesse outras variáveis envolvidas no cálculo. A nota final é calculada pelo desvio padrão.
Continua depois da publicidade
Quais são as notas máxima e mínima do Enem?
Não há nota zero no Enem, como também não há uma nota máxima pré-fixada (a não ser para a redação). Esses valores mudam de ano para ano entre as áreas de conhecimento: em 2012, a nota mínima de Matemática foi 277,2, e a máxima foi 955,2. Na área das Ciências Humanas, a mínima foi 295,6 e a máxima foi 874,9. Retomando o exemplo da corrida, um competidor que não conseguisse completar uma prova de 100 metros não é, necessariamente, alguém que não consegue correr absolutamente nada. “Da mesma maneira, alguém que completa o trajeto maior não consegue correr para sempre, então não pode haver uma nota máxima fixa – explica Tadeu da Ponte.”