As aulas de 2014 para 500 crianças das comunidades Frei Damião e Brejaru, em Palhoça, terminou em um galpão alugado no bairro Jardim Eldorado. A esperança era de estudar no antigo e único colégio da região, que teve a reforma inaugurada pelo prefeito Camilo Martins ainda em dezembro. Só que um vendaval na última quinta-feira destelhou o prédio e pos em dúvida o retorno para as aulas, como noticiado pelo colunista Mário Motta nesta segunda-feira.
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A estrada de chão que dá acesso ao colégio está forrado por pedaços da telha que desabou durante o mau tempo. Duas casas foram atingidas pelos destroços.
Carmélia Souza, de 43 anos, teve o portão derrubado, parte da parede quebrada e duas telhas da casa destruídas pelo impacto do material que se soltou da escola.
– Agora eu vou cobrar de quem? Teria que bater muita perna para reivindicar meus direitos. É um prejuízo – disse.
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Pendência de três gestões
Licitada no último ano da gestão do ex-prefeito Ronério Heiderscheidt, a reforma foi encaminhada durante a passagem do vereador Pitanta pelo cargo, em 2013. De acordo com o atual prefeito Camilo Martins, a empresa WA Engenharia vai ter que refazer o telhado antes do reinício das aulas.
– Foi constatado já que os danos na estrutura foram consequência da má execução do trabalho. Vamos notificar a empreiteira para que em dez dias eles concluam, de fato, a obra – disse Camilo.
Segundo a Lei de Licitações, a Prefeitura só poderia assumir a obra após vistoria técnica. Mas de acordo com Camilo, o ato de inauguração foi apenas simbólico e a escola ainda não havia sido entregue ao poder público.
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– Fizemos a inauguração, pois tínhamos que devolver o galpão onde estavam ocorrendo as aulas e transferir os móveis para o colégio. Mas ela não foi entregue – explicou-se.
Procurada, a empresa não quis comentar o ocorrido.
Mais de cinco anos de portas fechadas
As portas se fecharam na Escola de Educação Básica Frei Damião em 2009, devido a uma infestação de pombos no local. A reforma demorou a sair e foi orçada em R$ 264.280,42. Já na administração do prefeito Camil Martins, houve um aditivo de R$ 74.794,23 para terminar o serviço. O prejuízo que supera os R$ 300 mil reais agora recai novamente sobre a comunidade, que é reconhecida como uma das regiões mais carentes de serviços públicos e condições sociais do Estado.