O Centro Vivo é um estudo que foi encomendado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Blumenau (Sindilojas), Sindicato da Habitação de Blumenau e Região (Secovi) e Sindicato da Indústria da Construção de Blumenau (Sinduscon) com o objetivo de desenvolver uma proposta de revitalização para a região central de Blumenau. A ideia é mostrar alternativas do que pode ser feito para atrair mais pessoas e com isso desenvolver a região para além do comércio tradicional e dos dias de semana.

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:: Rua Nereu Ramos deve servir como projeto-piloto para revitalização do Centro

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– Se você vem ao Centro às 19h30min, 20h, percebe que é um lugar absolutamente sem vida, sem graça, sem nada pra fazer. Grandes cidades como Curitiba, Florianópolis e até São Paulo deixaram isso acontecer e não conseguiram recuperar o Centro. Fomos atrás de desenvolver essa proposta porque achamos que ainda é tempo de fazer algo para que isso não aconteça aqui em Blumenau – afirma o presidente do Sindilojas, Emílio Schramm.

Segundo ele, os três eixos principais da proposta são moradia, lazer e comércio/serviços, sendo que os dois primeiros devem receber mais atenção, já que são mais deficientes na região. De acordo com o estudo, o Centro tem apenas 1,7 mil moradores, mas é cercado por três polos habitacionais: Ponta Aguda, Victor Konder e Jardim Blumenau.

Pela falta de espaços amigáveis para o pedestre e o ciclista, os moradores dessas regiões acabam se deslocando de carro em direção ao Centro e se unindo a motoristas de regiões mais distantes, o que ocasiona um fluxo diário de aproximadamente 50 mil veículos.

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– Esses bairros no entorno são praticamente no Centro e são planos, então podem proporcionar o deslocamento a pé ou de bicicleta sem dificuldades.

Obras de uma só vez

Há três anos Mirela Cristina Schramm acompanha diariamente o movimento intenso dos carros na esquina das ruas Nereu Ramos e Coronel Vidal Ramos. Ela trabalha como atendente de restaurante e acredita que a região precisa de uma revitalização para que as pessoas possam usufruir melhor do espaço:

– Tem muito carro, principalmente de manhã, por causa dos colégios. A pé vem pouca gente, só quem trabalha nos prédios aqui em volta mesmo.

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Como trabalha no ramo alimentício, Mirela chama a atenção para a poeira que se acumula com as obras que estão sendo feitas no local para instalação das redes de esgoto e água. Por esse motivo, ela defende que se existe a intenção de fazer mudanças na via as obras deveriam ser feitas enquanto a rua já está em obras, para evitar um novo momento de transtorno para moradores e trabalhadores da Rua Nereu Ramos.

Melhora na mobilidade

Uma rua mais tranquila e mais segura. Este é o desejo do empresário Paulo Roberto Demarchi Mundt, que além de morador também é síndico de um edifício na Rua Nereu Ramos. Ele conta que as pessoas que vivem na região têm dois grandes desejos: o fim dos alagamentos e a melhora na mobilidade.

– A nossa principal manifestação é no sentido de que se resolvam os alagamentos. A segunda questão é a preocupação com o modelo a ser implementado na Nereu Ramos. Ouvimos sobre um corredor de serviços, e isso nos preocupa porque tem escolas, universidade, residências nessa região. Um corredor vai aumentar a velocidade, e como fica a segurança desses estudantes e moradores? – questiona, ressaltando que a proposta de transformar a via em uma rua larga e arborizada, priorizando pedestres e ciclistas, seria a melhor opção.

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Revitalização em análise

A revitalização da Rua Nereu Ramos está nos planos da prefeitura, afirma o secretário de Planejamento Juliano Gonçalves. Porém, não revela se o projeto que está sendo elaborado na Diretoria de Desenvolvimento de Projetos considera alguma das sugestões propostas pelo Centro Vivo. Segundo Gonçalves, as mudanças na via envolvem o sistema viário e se conectam com obras em pontos mais distantes como as ruas Amazonas e Hermann Huscher.

Mesmo com o otimismo das entidades com a recepção da proposta, o secretário esclarece que nem sempre as sugestões são aplicáveis à realidade. Ele diz que todas as ideias que o órgão recebe são avaliadas, mas que muitos casos são conceitos e desconsideram fatores importantes:

– O próprio Centro Vivo tem sugestões de intervenções em prédios públicos e até em áreas de preservação, que não podem ser mexidas, então tudo precisa ser muito bem analisado antes de fazer parte de um projeto.

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Mais humana e diversificada

A ideia do Centro Vivo é deixar a região mais humana e diversificar os negócios, melhorando a competitividade econômica e como a região já está em obras, o presidente do Sindilojas Emílio Schramm acredita que é um bom momento para iniciar a revitalização e evitar que moradores e empresários da região passem pelo transtorno de ter obras na rua uma segunda vez.

– Nossa ideia nunca foi que a prefeitura fizesse tudo sozinha, mas sim que houvesse parcerias entre o poder público e a comunidade. Sabemos que não é algo para se fazer tudo de uma vez, mas é preciso começar. Já mostramos para o Juliano (Gonçalves, secretário de Planejamento) e ele foi receptivo. Achou a maior parte da proposta viável, mas quer discutir mais a proposta.