Centenas de pessoas se despediram na tarde deste domingo do industrial Eggon João da Silva, de 85 anos, um dos fundadores da WEG, fábrica de motores elétricos de Jaraguá do Sul. Ele foi diagnosticado com Mal de Parkinson há mais de cinco anos e, recentemente, teve pneumonia. E foram os problemas respiratórios que o levaram para a UTI do Hospital São José, há dez dias. O empresário morreu na madrugada deste domingo.

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– Ele nos deixa um legado muito importante, e agora cada um de nós fica com um pedacinho dele – comentou, emocionado, o filho Décio da Silva.

Os efeitos da idade e da doença não o impediam de ir quase que semanalmente à reunião do conselho da empresa.

– A parte física estava debilitada, mas a mente dele continuava “a mil”. Ele ainda tinha muita energia e uma vontade de viver imensa – comentou Hilton José Faria, diretor de RH do grupo WEG.

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O velório, realizado na associação recreativa da empresa, se estendeu da madrugada até o final da tarde de ontem. As 120 coroas de flores enviadas por famílias, empresas e entidades depois foram levadas para o Cemitério Municipal de Jaraguá do Sul, onde formaram um corredor até o jazigo da família.

Eggon da Silva deixa a mulher Laura Augusta da Silva, cinco filhos – entre eles, Décio da Silva, que hoje preside o Conselho de Administração da WEG – e netos.

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O empresário, que nasceu em 17 de outubro de 1929 no que é hoje o município de Schröeder, Norte de Santa Catarina, fundou em 1961 a Weg, juntamente com Werner Ricardo Voigt e Geraldo Werninghaus. Desde 2014, eles aparecem na lista de bilionários da Forbes. Juntos, o trio Werner Voigt, Eggon da Silva e Diether Werninghaus acumula, segundo a publicação, a soma de R$ 20,32 bilhões. Atualmente, Décio da Silva, filho mais velho de Eggon da Silva, é o presidente do Conselho de Administração da empresa.

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Uma das frases mais destacadas de Eggon da Silva é: “Quando faltam máquinas, você as pode comprar; se não tiver dinheiro, pode pegar emprestado; mas homens você não pode comprar ou pedir emprestado, e homens motivados são a base do êxito”. Em 2009, foi lançado um livro sobre a trajetória do empresário, Eggon João da Silva – Ideias e Caminhos: Trajetória de um dos fundadores da Weg, de Sônia Diegues e Léo Bruno.

Em nota oficial, a Weg lamenta a morte do fundador e diz que ele foi um “administrador autodidata, com visão de longo prazo e extrema capacidade de planejamento estratégico e que deixou seu legado na indústria brasileira e mundial, contribuindo para criar uma cultura empresarial forte, cunhada na valorização das pessoas, na eficiência e produtividade”.

Trajetória profissional

Eggon João da Silva começou a trabalhar cedo, aos 13 anos, em um cartório de Jaraguá do Sul. Em 1957, depois de 14 anos no principal banco do Estado, torna-se sócio da João Wiest & Cia. Ltda., uma firma especializada na produção de canos de escape para veículos, então com 8 funcionários. Quatro anos depois, Eggon deixa a empresa para enfrentar o maior desafio de sua carreira. .Em abril de 1961, juntamente com Werner Ricardo Voigt e Geraldo Werninghaus, funda a WEG, que na época produzia apenas motores elétricos. Até 1989, Eggon exerceu o cargo de Diretor Presidente da empresa, levando-a a figurar entre as maiores do setor, com participação destacada no mercado nacional e internacional. De 1989 a 2004, foi presidente do Conselho de Administração da Weg. O empresário também fez parte dos conselhos de quatro grandes empresas – Oxford, Tigre, Marisol, e Perdigão, tendo nesta última, inclusive, exercido a função de diretor presidente entre 1994 e 1995.

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