O teste final para esperar o Brasil em Belo Horizonte mostrou que a capital mineira está preparada para duas copas: a das Confederações e a das Manifestações.
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A velocidade do japonês Honda e a habilidade do mexicano Chicharito (autor dos dois gols) desfilavam em campo no 2 a 1 que marcou a despedida de japoneses e mexicanos. Ambos os times entraram em campo eliminados. Tudo no padrão Fifa, horário do jogo respeitado, fair play e estádio cheio e animado.
A poucos quilômetros dali, a indignação e os protestos de manifestantes desfilavam entre o Centro e a Avenida Antônio Carlos, que leva à Pampulha, região do Mineirão. Tudo no novo padrão social brasileiro: maioria pacífica, porém com confrontos violentos na tentativa de invadir o perímetro proibido pelo governo à pedido da Fifa.
Se configuram dois mundos distintos em uma área muito próxima. Nas imediações do estádio famílias, estrangeiros e muita organização; fora dela, a tropa de choque entrando em ação para impedir o avanço da multidão no perímetro de três quilômetros reservado pelo governo do Estado.
Na mata que circunda a UFMG, também na Pampulha, vizinha do Mineirão, homens da Força Nacional de Segurança, camuflados, cuidavam para não haver invasão.
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Dentro do estádio, aproximadamente 45 mil torcedores. Fora dele, 60 mil protestantes, segundo a Polícia Militar, 100 mil segundo anunciam as redes sociais.
O uso de spray de pimenta e as bombas de gás foram constantes para dispersar a multidão. Alguns mascarados atacavam com pedras e bombas caseiras. Quatro policiais ficaram feridos, um deles hospitalizado ao ser atingido com uma pedra na cabeça. Três manifestantes e um repórter fotográfico também foram atingidos.
Os protestos terminaram com um ferido grave, um adolescente de 16 anos que caiu de um viaduto.Houve ainda depredações no bairro da Pampulha, com uma concessionária de veículos destruída. A Cavalaria entrou em cena e mascarados atacavam com coquetéis molotov.
As cenas que aconteceram no jogo Taiti e Nigéria se repetiram. Novamente o futebol perdeu de goleada para o momento delicado que vive Belo Horizonte na relação com a Copa das Confederações.
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