O taekwondo songahm, uma das artes marciais mais praticadas no mundo, com um milhão de alunos registrados desde sua fundação, em 1969, orgulha-se das características que o diferenciam da versão olímpica: uma filosofia mais educacional, com foco no desenvolvimento pessoal, além da incorporação de técnicas como defesa pessoal, manuseio de armas orientais e fórmula (apresentação de uma sequência de movimentos). Nem por isso o caráter competitivo é deixado de lado e esta semana será celebrado no Campeonato Mundial 2015, um encontro grandioso na cidade em que estabeleceu suas raízes, Little Rocks, no Arkansas (EUA).
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Três atletas de Florianópolis embarcam este domingo para compor a Seleção Brasileira que participará deste desafio, formada por oito lutadores, e buscar o primeiro título mundial do país. Nos últimos anos, a medalha de ouro escapou por pouco – um segundo lugar em 2013 e um terceiro em 2014. Gabriel Teixeira, um dos mais novos da Seleção, com 21 anos, garante que desta vez o time chega ainda mais forte para conquistar o resultado inédito:
– A motivação com certeza é vencer com a Seleção. Treinamos muito este ano, quase todo final de semana nos reuníamos em Curitiba e fizemos treinos muito intensos. Depois de termos batido na trave, este ano vamos com tudo – diz o catarinense, que já tem um título mundial individual, na categoria sparring (luta), conquistado em 2013, mas que neste ano vai exclusivamente para a disputa em equipes, a mais importante da competição.
Além dele, a também campeã mundial de sparring, Nicole Librizzi, de 24 anos, e Fernando Marques Pereira, 28 anos, serão os representantes de Florianópolis na equipe brasileira. Atletas de São Paulo, Brasília e Curitiba fecham o grupo.
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A briga pelo título será na sexta-feira. Como é o atual campeão pan americano, o Brasil entra já na semifinal, pulando duas fases. Pelo caminho, pode ter uma das oito seleções dos Estados Unidos, delegações da Europa ou da América do Sul. Cada confronto se dará em cinco lutas, de um minuto e meio, sem repetição dos atletas, escolhidos na hora. Além de cada vitória valer um ponto, a pontuação da própria luta é somada ao placar final, que determina o país vencedor.
– Ano passado fomos eliminados na semifinal por apenas um ponto de diferença, que pode ser um soco, um chute no colete, é pouquíssima coisa. Para este ano, o treino continuou o mesmo, o que mudou foi nossa estratégia – afirma Librizzi, que prepara o físico para disputar mais três modalidades individuais: sparring, fórmula e armas (fórmula portando uma arma oriental).
Essa geração dourada já inspira novos campeões. Aluno de Teixeira e Librizzi, o jovem Bernardo Coutinho, de apenas 14 anos, segue os passos dos professores e faz sua estreia na competição global, individualmente, na categoria de 12, 13 e 14 anos, sonhando em um dia estar ele também na Seleção.
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Confira a entrevista com Nicole Librizzi, campeã mundial em 2014:
Você já tem o título de campeã mundial, o que te motiva este ano?
Quando eu ganhei o mundial de sparring ano passado, pensei “qual a minha motivação agora?”. A motivação principal é o Brasil ser campeão por equipes, sem dúvida. Individualmente, é manter o título, me manter no topo. Não adianta chegar no topo, o difícil é se manter.
A Seleção chega com mais chances?
Estamos bem confiantes. Ano passado estávamos também, mas tivemos contratempos com os juízes na semifinal. Quem estava assistindo culpa os juízes, a gente se culpa, porque a diferença foi de um ponto, um detalhe, alguém que não deveria ter tomado um soco, alguém que deveria ter dado um chute a mais. Estamos treinando a estratégia contra nossos prováveis adversários, então a parte técnica está bem definida. E vamos fazer pontos bem claros, para todo mundo ver. Se precisar, vamos arrancar capacetes (risos).
O favoritismo por ser campeã mundial ajuda ou atrapalha?
A gente brinca que quando você é campeão mundial ganha um círculo vermelho e vira um alvo. Quando chega lá os adversário já miram. Tento não pensar em mim individualmente sendo o alvo, quero lutar sem esse peso, mas me sinto mais um motivo para o Brasil colocar medo nos outros times. Ajudo a olharem para a seleção brasileira e pensarem “é, não estão para brincadeira”.
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Em relação ao ano passado, o que gostaria de repetir?
Queria sentir de novo a aprovação dos meus mestres, a sensação de colocar a medalha no meu peito. E ganhar de novo das melhores. Ano passado na minha chave lutei com as mais duras da minha categoria, a primeira luta foi contra a campeã mundial anterior. Se for preciso passa por isso de novo é o que eu quero. Quanto mais difícil, mais prazerosa a medalha.