A Secretaria de Saúde de Balneário Camboriú recebeu notificação de 14 casos de caxumba na unidade de ensino médio da escola particular Energia. Todos são alunos adolescentes, na faixa dos 17 anos. Alguns deles ainda permanecem afastados das aulas. Embora ainda não se fale em surto, o número de pacientes acendeu o alerta na Vigilância Epidemiológica.
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A própria escola procurou a Secretaria para pedir orientações. Técnicos fizeram palestras para os alunos sobre a transmissão e como se proteger da doença, que tem propagação semelhante à da gripe e também é transmitida por um vírus.
Como a caxumba não é uma doença que exige notificação à Vigilância Epidemiológica no Brasil, ainda não se sabe se há outros casos na cidade. Zibeilde Borges, coordenadora de Imunização em Balneário, diz que a principal orientação aos adolescentes foi que não compareçam à escola por um período de 10 dias, para evitar que mais pessoas sejam contaminadas. De acordo com a coordenação da escola, os pais relataram que os jovens haviam sido vacinados na infância.
Vacinação
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Vanessa Vieira da Silva, gerente de Imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), afirma que, apesar do número, não se pode tratar os casos de caxumba de Balneário Camboriú como um surto. Para isso, seria necessário um estudo mais completo sobre cada um dos casos, para entender a maneira de proliferação _ e isso não ocorre porque não há obrigatoriedade de notificação.
Recentemente também foram relatados casos de caxumba na Grande Florianópolis, e, assim como em Balneário Camboriú, os pacientes eram jovens adultos ou adolescentes. De acordo com Vanessa, uma das explicações para a proliferação nessa faixa etária é que, até 2006, as crianças recebiam apenas uma dose da vacina tríplice viral, que protege contra caxumba, rubéola e sarampo. Só de 10 anos para cá foi instituída na saúde pública uma segunda dose, que aumenta a proteção.
A gerente de Imunização afirma que é possível vacinar os adolescentes que não receberam a segunda dose na infância, nos postos de saúde. Mas o fato de terem recebido a primeira vacina já os protege contra complicações da doença _ os casos têm sido mais leves do que se registrava até a década de 1990, quando ainda não havia imunização contra caxumba na rede pública.
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Fique atento:
O que é?
Caxumba é uma infecção aguda, contagiosa, caracterizada por aumento e dor, uni ou bilateral, das glândulas salivares. É uma virose que ocorre principalmente em crianças e adolescentes. Em um terço dos casos a infecção não apresenta sintomas. Em casos mais graves, pode haver comprometimento da fertilidade, tanto feminina quanto masculina.
Como se transmite?
Via aérea, através disseminação de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas. O afastamento dos doentes do trabalho ou escola, manter os ambientes arejados e lavar as mãos frequentemente são medidas que devem ser adotadas.
Quais os sintomas?
Febre, mal estar, dor e inchaço no pescoço, frequentemente dificuldade pra engolir.
Qual o tratamento?
Não tem tratamento específico, mas não costuma causar complicações.
Qual a forma de prevenção?
A prevenção da doença é por meio das vacinas Tetraviral ou triviral. A vacina está disponível para crianças e adultos nos centros de saúde do município.
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