O aumento do número de casos de caxumba entre os jovens desde o mês de março está preocupando a população de Florianópolis. Todas as semanas surgem novos relatos nas redes sociais de surtos entre estudantes universitários. No departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), são 11 casos confirmados e dois alunos que já se curaram.
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Secretaria de Saúde investiga casos de caxumba em Florianópolis
A proliferação da doença está levando a Ufsc e a Secretaria de Saúde de Florianópolis a tomar medidas urgentes. Na universidade, todos os centros de ensino estão sendo alertados para tomarem as medidas de prevenção e a comunicação planeja fazer uma campanha de esclarecimento sobre a doença.
Em outras instituições também estão sendo relatados casos. A estudante Vitória Bassanezi, 19 anos, pegou caxumba no fim de fevereiro, no início o ano letivo nas duas instituições de ensino que estuda. A jovem conta que tanto na faculdade que cursa direito como na de administração pública teve colegas contaminados:
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— Eu não sei de quem peguei, pois o médico me explicou que o vírus fica incubado alguns dias até se manifestar, mas muita gente que convivo teve, e posso ter passado para outras pessoas, pois tinha ido para balada um dia antes de amanhecer inchada — explicou.
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Situação semelhante passou o estudante de direito Adrian Martins Fadiga, 23 anos. Ele acredita que tenha pego a doença de um amigo depois que dividiram copo em um bar:
— Primeiro manifestou no meu amigo, uns dias depois eu comecei a ter os sintomas e quando fui no médico ele comentou que estavam aparecendo muitos casos. Fiquei duas semanas de cama com inchaço e sentindo muita dor, mas agora estou bem — conta.
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A Secretaria de Saúde, que até meados de março só havia recebido duas notificações da doença, agora investiga quatro notificações de surtos, atingindo 45 pessoas e reforça que está tomando medidas de bloqueio e fez a distribuição de 800 doses de vacina nos locais onde houve registro de casos.
— É comum que isto aconteça em períodos de mudança de estação. É importante jovens e crianças estejam atentos à caderneta de vacinação e os adultos, em caso de dúvida se tomou ou não, podem ir ao posto de saúde e tomar novamente. É sempre melhor uma dose a mais do que a menos — salientou a gerente da Vigilância Epidemiológica, a médica Ana Cristina Vidor, em entrevista no dia 18 de março.
Profissionais de saúde devem comunicar sobre caxumba
Diante do elevado número de casos, a Secretaria de Saúde alerta que os profissionais da área devem comunicar à Vigilância Epidemiológica casos agregados de caxumba que tenham vinculação para uma investigação mais apurada sobre o surto, sob o risco de responsabilização por omissão de informação obrigatória.
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Por meio da assessoria de comunicação, o órgão informou que a caxumba de maneira isolada não é considerada de importância para a saúde pública, entretanto surtos devem obrigatoriamente ser informados.
Fique atento:
O que é?
Caxumba é uma infecção aguda, contagiosa, caracterizada por aumento e dor, uni ou bilateral, das glândulas salivares. É uma virosa que ocorre primariamente em crianças e adolescentes. Em um terço dos casos a infecção não apresenta sintomas, sendo a meningite e a inflamação dos testículos e epidídimo duas importantes manifestações da doença.
Como se transmite?
Via aérea, através disseminação de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas. Por isso as pessoas podem atribuir a doença às idas em baladas e outros locais fechados com grande concentração de pessoas.
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Além disso, é importante lembrar que a caxumba é transmitida através de gotículas de saliva das pessoas afetadas, então o afastamento dos doentes do trabalho, escola, etc, manter os ambientes arejados e lavar as mãos frequentemente são medidas universais que devem ser adotadas sempre.
Quais os sintomas?
Febre, mal estar, dor e inchaço no pescoço, frequentemente dificuldade pra engolir.
Qual o tratamento?
Não tem tratamento específico, mas não costuma dar muita complicação.
Qual a forma de prevenção?
A prevenção da doença é por meio das vacinas Tetraviral ou triviral. A vacina está disponível para crianças e adultos nos centros de saúde do município.