Documentos apreendidos na Operação Lava-Jato da Polícia Federal (PF) levantam suspeitas de que um ex-diretor da Petrobras intermediava repasses de empresas para políticos.

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De acordo com a investigação, Paulo Roberto Costa, preso pela PF, tinha anotações que indicam um esquema de financiamento de campanhas eleitorais.

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Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, uma tabela apreendida, escrita à mão, tem diversas informações divididas em três colunas: “Nome da empresa”, “Executivo” (com os nomes dos responsáveis em cada empresa) e “Solução”, onde aparece o encaminhamento dado a cada demanda. As anotações datam de fevereiro, mas não há indicação do ano a que se referem.

“[A tabela contém] Diversas anotações que indicam possíveis pagamentos para ‘candidatos’, podendo indicar financiamento de campanha”, diz relatório da PF.

Uma das informações que embasa, segundo a investigação, a tese de que haveria um esquema de distribuição de repasses são relatos escritos no campo “Soluções”, como “Já vem ajudando, pediu para certificar se candidato está ciente” e “Já está colaborando, mas vai intensificar mais para a campanha a pedido do PR”. Agentes da PF que analisaram o documento apreendido suspeitam que a sigla PR indique o ex-diretor Paulo Roberto.

No relatório, a PF informa também a existência de um registro com o título “Planilha Valores” que apresenta a inscrição “primo”, que seria um dos apelidos do doleiro Alberto Youssef, apontado como um dos líderes do suposto esquema.

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A revista Veja, que também teve acesso a documentos apreendidos afirma que anotações do ex-diretor registram o repasse, em 2010, de R$ 28,5 milhões ao PP, partido da base aliada e que foi responsável pela indicação de Paulo Roberto ao cargo.