Campeão dos meio-pesados do UFC, o norte-americano Jon Jones norte-americano Jon Jones foi flagrado em um exame antidoping realizado no dia 4 do mês passado. O exame detectou traços de benzoilecgonina, substância que resulta da metabolização da cocaína após seu uso. O resultado só veio à tona na noite de terça-feira. Em seguida, o lutador informou que iria se internar em uma clínica de reabilitação.

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Apesar do flagra, Jones não será punido nem perderá o cinturão conquistado no UFC 182 domingo passado, ao vencer Daniel Cormier. Isso porque a Comissão Atlética do Estado de Nevada (Estados Unidos) segue o código da Agência Mundial Antidoping, que permite o uso de drogas recreativas em períodos fora da competição. O próprio UFC declarou em nota oficial seu apoio ao atleta, e reforçou que o aplaude pela decisão de procurar ajuda para se livrar do vício.

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MAIS ATRAPALHA DO QUE MELHORA

O médico do esporte Arthur Herdy, da clínica Cardiosport, de Florianópolis, explica que a cocaína age como um estimulante para o organismo. No entanto, como seu efeito dura pouco, é mais comum ser usada de forma recreativa do que para ganhos em desempenho.

– Mesmo assim, é prejudicial ao coração porque acelera o batimento cardíaco, precipita o aparecimento de arritmias e pode provocar um infarto – alerta Herdy.

Para além das consequências fisiológicas, o maior prejuízo são os reflexos psicológicos.

– Tem efeito direto no humor, no comportamento, na relação com o ambiente e na tomada de decisão, essenciais ao lutador de alto nível – afirma a psicóloga Tatiana Marcela Rotta, que atua no esporte há 10 anos, tendo passagens por Figueirense e Avaí.

ATLETAS SÃO MAIS SUSCETÍVEIS

A psicóloga destaca três fatores que aproximam os atletas das drogas: a imagem do esportista como ídolo, que cria a sensação de ser inatingível; a exposição frequente a ambientes mais propícios ao consumo, como festas; e a pressão constante pela vitória, maior do que o normal pela grande visibilidade de seus feitos.

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– Além de desintoxicar, é preciso trabalhar a angústia que leva à dependência psicológica. O principal fator de sucesso no tratamento sempre é a iniciativa a partir do próprio dependente – afirma Tatiana.

A internação de Jon Jones não deve comprometer a preparação física para seu retorno aos octógonos, que ainda não há previsão.

– O treinamento é aliado do tratamento porque diminui a ansiedade – ressalta Herdy.

Lista de atletas que se envolveram com drogas ilícitas

Maradona, futebol – o histórico de envolvimento de drogas tornou-se público pela primeira vez em 1991, quando um teste antidoping deu positivo para cocaína. Na época, jogava no Nápoli, da Itália.

Agassi, tênis – assumiu em sua autobiografia que consumiu metanfetaminas em 1997.

Giba, vôlei – testou positivo para maconha em exame antidoping realizado em 2003.

Nick Diaz, MMA – foi flagrado duas vezes pelo uso de maconha em testes antidoping, em 2007 e 2012.

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Michael Phelps, nadador – foi flagrado usando maconha durante uma festa meses depois dos Jogos Olímpicos de 2008.

Jardel, futebol – antes de estrear no Criciúma, em 2008, admitiu ter sido viciado em cocaína, mas nunca foi pego em exames.

Thiago Silva, MMA – flagrado por uso de maconha no exame antidoping de luta em novembro de 2012. Foi suspenso por três meses.

Matt Riddle, MMA – foi demitido do UFC em 2013 após testar positivo para maconha em dois exames.

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