A maior dificuldade de um lutador não é dentro do octógono. Mesmo que ele sofra socos na cabeça, tentativas de estrangulamento e lesões. A parte árdua está na preparação para o combate e também na vida pessoal, como no caso do catarinense Vitor Miranda, 35 anos, que superou a morte do filho Igor em 2011 e encontrou força para, literalmente, lutar.

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O menino se afogou em uma piscina, chegou a ficar em coma e morreu no dia do próprio aniversário de quatro anos.

Voltar para o Brasil e superar tudo isso fez 2014 tão especial para o lutador. Vitor começou como finalista da terceira temporada do reality show The Ultimate Fighter Brasil e culminou com a grande vitória sobre Jake Collier no UFC Barueri.

– É o meu melhor momento dentro do MMA, mas ainda está longe de ser o meu auge. Me sinto melhorando a cada, mas ainda vou evoluir mais – comenta.

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E não é nada fácil: ele era um meio-pesado (93kg) e passou a lutar como médio (84kg). Antes de uma luta, são em média três meses com turnos de treinamentos todo dia, exigindo o máximo e dieta regrada. E, claro, coisas que todo cara normal faz: relacionamento, contas a pagar, problemas rotineiros a resolver.

E novidades, como Nina Vitória, em 2012, que deu ainda mais motivação para Vitor subir degrau a degrau.

Com orgulho

Morando no Rio de Janeiro e representando a equipe Team Nogueira, dos irmãos Minotauro e Minotouro, os primeiros golpes da carreira começaram em Joinville, cidade natal do lutador. A família mora no Norte do Estado, e levar o nome da cidade é um orgulho.

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– A torcida sempre me apoiou, desde a época em que eu lutava muay thai. Sempre enchiam dois ônibus pra me ver lutar.

Miranda ainda não tem a próxima luta marcada, mas ele deve ajudar nos treinos do peso-pesado Antônio Pezão, amigo que lhe ajudou muito, dando treinos de muay thai.

É apenas o começo

Hora – Você já está perto do seu auge?

Vitor Miranda – Eu ainda não alcancei nada, foi apenas um começo vitorioso e que me dá motivação extra para seguir em frente e me firmar no UFC.

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Hora – Qual o significado de vencer usando a sua arte marcial principal, o muay thai?

Vitor – É gratificante. Os amigos e os fãs sempre cobram pra eu soltar o meu muay thai e ser feliz na luta.

Hora – Esperava pela vitória por nocaute?

Vitor – Não foi na sorte porque nos treinos eu estava buscando isso.

Hora – Tem planos para o bônus de 50 mil dólares pela performance no UFC?

Vitor – Nesse ponto da minha carreira é preciso guardar dinheiro e fazer investimentos pro futuro da minha filha, da minha família.