Sábado é o dia deles, da união, da celebração do sentimento! Mas não é mais apenas mais uma troca de alianças, é o casamento de duas pessoas guerreiras, que superaram todos os mais difíceis momentos de um tratamento contra uma leucemia para mostrar do que o amor é capaz. Leia nas linhas abaixo a linda história do Luiz, de 27 anos, que luta contra um câncer, e da noiva, a Raquel, e 22 anos, que luta pela felicidade dos dois.
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“Estava aqui terminando minha bolsinha de sangue! Quero ficar bem forte, pro meu grande momento: o meu casamento!”, me conta eufórico, ao telefone, Luiz Henrique Felaço, de 27 anos: o manezinho, nascido no Rio Tavares, que dá uma lição de perseverança, de desprendimento e de fé a qualquer um que se atreva a reclamar de alguma coisa na vida.
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E este “professor” não está sozinho: ao seu lado Raquel Cardoso, que ainda jovem, aos 22 anos, se revela uma grande mestra quando o assunto é dar a volta por cima, em nome do amor. Como ela ama este homem! E isso, desde pequena: “éramos do mesmo bairro, do mesmo grupo da Igreja, eu louca por ele – mas Luiz nem me ligava”, brinca Raquel.
Reencontro foi mágico
Os dois seguiram caminhos diferentes, casaram com outras pessoas, separaram e, dois anos atrás acabaram se reencontrando, pelas redes sociais. “Foi como um amor à segunda vista! Na primeira semana, já estávamos morando juntos”, contam.
Era o início de uma nova vida: o auge dos sonhos e das carreiras – ele confeiteiro, ela atendente de loja. Era também o auge da vida emocional. Até que em setembro do ano passado, depois de emagrecer muito repentinamente, com fortes dores de cabeça, a notícia: Luiz foi diagnosticado com leucemia aguda.
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A força necessária para lutar
“Foi um choque, a gente fica totalmente sem ação e sem chão”, diz Luiz. “E eu não sei o que seria de mim, sem a Raquel do meu lado: ela tem sido minha força pra viver”, completa. E haja força!
Nos últimos meses, os dois passaram por momentos muito difíceis: “Luiz chegou a ir pra UTI, pra nem voltar mais. Mas meu amor por ele, me dizia que ia resistir”, conta Raquel, que não desgruda desse homem um minuto sequer. “O que sinto por Luiz é algo tão incrível, que despertou em mim a força de lutar por ele e com ele”, desabafa.
Casa comigo?
Depois de oito meses de tratamento e oito internações – sem muito sucesso, os médicos já não viam mais saída para Luiz. O jeito era mandar pra casa, pra esperar “a hora chegar”. Até que, um mês atrás, surgiu a esperança: dois doadores de medula compatíveis.
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“Isso significam 5% de chances de cura – mas vale a pena tentar”, explica a médica hematologista Giovana Stefenello, que cuida do caso e que, emocionada com a história do casal, resolveu dividi-la conosco.
Fui conhecer Luiz já novamente internado no isolamento do Hospital Universitário, em Florianópolis. “É preciso que ele passe por quimioterapias intensas e prepare o organismo para o transplante”, explica a médica.
E Luiz acredita tanto nessa nova oportunidade, que resolveu realizar o maior sonho de Raquel: pediu a moça em casamento, em pleno hospital! “Chorei! Escondida, mas chorei. Quando podia imaginar?”, confessa a moça.
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“A gente teve que passar por tudo isso, pra descobrir o real sentido do amor: esse companheirismo, essa sintonia de alma, esse cuidar, esse aproveitar cada minuto intensamente, mesmo sem saber quanto tempo ainda se tem pela frente”, chora Luiz – que me fez desabar também.
E eu vos declaro…
Agora é contagem regressiva para o casamento, que já é neste sábado! Dias atrás, Luiz teve alta do Hospital, sob a condição de manter as 14 medicações prescritas e respeitar o repouso.
– Nós permanecemos no suporte. Tudo está sob controle – conta a médica.
– Eu cheguei a chorar, pedindo pra voltar pra minha casa, no Ribeirão da Ilha. Há um mês não via meus pais. Precisava almoçar em família, abraçar cada um e matar saudades o meu prato preferido: carne moída, macarrão e purê de batatas – ri Luiz.
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Já Raquel precisava pensar no casamento:
– Passei tanto tempo no hospital, que não preparei literalmente nada. Aliás, tudo só vai sair como o casal sonhou – ou até mais do que isso, graças a leitores e telespectadores que viram a história aqui na Hora e no Jornal do Almoço e assumiram, voluntariamente, os papéis de madrinhas e padrinhos desta união:
– Ganhamos tudo: lugar da festa, coquetel, decoração, bolo, filmagem, foto, maquiagem, cabelo, trajes, banda e até numa limusine vamos chegar – comemora a noiva.
A semana inteira ela ficou acertando os últimos detalhes e se dividindo em acompanhar o noivo ao Hospital, para receber sangue, manter as plaquetas em ordem, e “estar com tudo”, na hora do altar.
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Ontem foi a última transfusão, antes do grande momento:
– Tô me sentindo bem forte. Ansioso, mas muito forte – diz o noivo.
Hoje Luiz faz a prova final do traje:
– Acho que vou ficar um gatão – brinca.
E ela dispara:
– E quem diria que eu fosse conquistar esse bonitão, hein? Sempre vi histórias assim em filmes, agora chegou a minha vez! E o que eu mais quero é seguir em frente com esse homem: quero ter quadrigêmeos e curtir intensamente o que a vida nos oferecer. Temos 1% de chance? Vamos lutar por ela e aproveitá-la ao máximo!”
Um amor de cinema
Luiz Henrique e Raquel lembram muito um outro casal – mas do cinema: os personagens Augustus e Reizel Grace, que no filme “A Culpa é das Estrelas”, inspirado no livro de John Grenn, arrancam suspiros, choro e aplausos de milhares de leitores e espectadores.
Na ficção, dois jovens com câncer se apaixonam e descobrem juntos o que é viver intensamente cada dia – como se fosse o último. O que as duas histórias tem em comum? A mesma ideia: que “a vida não precisa ser perfeita, para o amor ser extraordinário” e que “é preciso acreditar e transformar as mínimas possibilidades, em grandes oportunidades”.
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