Representantes da Casa Militar do Governo do Estado estiveram em São Borja na tarde desta quarta-feira para analisar o Cemitério Jardim da Paz, onde está enterrado o corpo do ex-presidente João Goulart. Os militares também tiveram uma reunião com o prefeito Antonio Carlos Rocha Almeida (PDT) e a Brigada Militar, para traçar a estratégia logística para a exumação dos restos mortais de Jango, na próxima quarta-feira.

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No cemitério, onde ficou cerca de 15 minutos, e no entorno, o grupo realizou um levantamento fotográfico que ajudará a definir os procedimentos de segurança. Segundo o chefe da Casa Militar, coronel Oscar Moiano, a definição das medidas para assegurar tranquilidade ao trabalho dos peritos deve ocorrer até sexta-feira, quando será realizada uma reunião entre a Casa Militar, a Secretaria dos Direitos Humanos e a Comissão Nacional da Verdade.

O jazigo onde estão os restos mortais do ex-presidente estão enterrados deverá ser isolado, até a terça-feira, para o trabalho dos peritos. O objetivo da exumação é esclarecer se ele morreu de causas naturais ou se foi envenenado no exílio, em dezembro de 1976. Os restos mortais de Jango deverão ser levados para Santa Maria de helicóptero e, depois, para Brasília de avião.

– Possivelmente, uma cobertura será instalada no jazigo, para evitar qualquer problema com chuvas e mau tempo. Em princípio, refutamos a ideia de colocar tapumes no cemitério. Também não está definido se ele ficará interditado, mas certamente todo o perímetro estará guarnecido – salienta o chefe da Casa Civil.

O isolamento deverá ocorrer em três perímetros diferentes: um espaço exclusivo para peritos, uma área reservada para que familiares de Jango acompanhem o trabalho por meio de um telão e, por fim, um local reservado à imprensa. No início da próxima semana, uma empresa contratada pela Comissão Nacional da Verdade deverá realizar a instalação da cobertura no jazigo da família Goulart.

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