Após uma ofensiva diplomática em busca de apoio para atacar a Síria, o presidente americano, Barack Obama, avalia o repentino chamado de Moscou para que Damasco coloque sob controle internacional seu arsenal de armas químicas.

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A Casa Branca teme que o plano seja uma distração para ganhar tempo quando os navios americanos estão prontos para lançar mísseis contra alvos sírios.

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Além disso, há suspeitas sobre as motivações russas, já que a relação entre Moscou e Washington atingiu um nível de tensão próximo ao vivido na Guerra Fria.

Mas a velocidade com que Obama aceitou a proposta dá uma ideia de seu isolamento, num momento em que diminui o apoio do Congresso americano a uma ação militar.

A União Europeia (UE) também analisa com interesse a proposta russa, mas quer se assegurar de que seja uma iniciativa séria, indicou um porta-voz nesta terça-feira.

– Estudamos a proposta com interesse. Toda proposta que possa reduzir a violência na Síria é bem-vinda e estamos dispostos a ajudar no que for – declarou Michael Mann, porta-voz da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.

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A ideia da Rússia, saudada pela ONU e por vários países – incluindo a Síria – levou ao adiamento da votação prevista para quarta-feira no Senado americano sobre o plano de Obama de realizar ataques limitados na Síria.

A iniciativa da Rússia teve repercussões imediatas na tensa e dividida Washington. No entanto, um eventual acordo para instrumentar a proposta estaria repleto de obstáculos, assim como sua implementação e verificação.

Em entrevistas a diversas redes de televisão na segunda-feira, Obama disse que a proposta russa era potencialmente positiva.

– Se pudermos esgotar os esforços diplomáticos e alcançar uma fórmula que dê à comunidade internacional um mecanismo verificável e aplicável para lidar com estas armas químicas na Síria, então sou a favor disso – acrescentou.

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Obama, que se dirigirá nesta terça-feira à nação em horário nobre, previa utilizar este espaço para convencer os americanos céticos de seu plano de um ataque militar limitado à Síria, em represália pelo suposto ataque com armas químicas pelo regime de Damasco no dia 21 de agosto que, segundo Washington, deixou mais de 1.400 mortos.

Mas a ideia de uma nova intervenção militar americana no caldeirão no Oriente Médio é muito difícil de vender a cidadãos cansados de guerras e a muitos de seus representantes no Capitólio, que consideram o plano da Casa Branca confuso.