Três pessoas foram presas, em Joinville, na manhã desta quarta-feira durante a operação Duplo Impacto, que busca combater a ação de criminosos que arrombam caixas eletrônicos. Também foram apreendidos seis carros, três deles são considerados modelos de luxo, avaliados em aproximadamente R$ 500 mil. A ação ocorreu em bairros das regiões Sul e Leste de Joinville ainda no Itinga, em Araquari, por volta das 6 horas.

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As investigações da Polícia Civil iniciaram em fevereiro deste ano após um furto a uma agência bancária, situada na avenida Getúlio Vargas. De acordo com o delegado Murillo Batalha, da 3ª Delegacia de Polícia Civil, as investigações apontaram que a quadrilha de caixeiros realizou pelo menos sete crimes – três no município, um em Navegantes e três no Estado de São Paulo.

— A quadrilha era extremamente especializada em invadir agencias bancárias na prática de furto, movimentando altas quantias em dinheiro — explica o delegado.

No total, dez pessoas estariam envolvidas com a organização criminosa, todos são moradores de Joinville, e cada um possui uma função dentro do grupo. Três tiveram a prisão preventiva decretada pelo Poder Judiciário.

As apurações demonstraram que os caixeiros invadiam as agências bancárias no início da manhã, por volta das 6 ou 7 horas, momento em que a porta giratória das agências já estaria destravada. Eles permaneciam no banco por aproximadamente cinco minutos, arrombavam os caixas e retiravam grandes quantias em dinheiro.

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Além dos policiais civis, participaram da operação cerca de 40 representantes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Conforme o delegado Walter Watanabe, do Gaeco, inicialmente o grupo de repressão recebeu a informação de que algumas pessoas estavam utilizando os valores destes crimes e praticando o crime de lavagem de dinheiro. Assim, a investigação do Gaeco e da PC agruparam-se, resultando na operação realizada nesta manhã.

As apurações demonstraram que a quadrilha conseguia lavar o dinheiro dentro de poucas semanas após os furtos, até conseguiram tornar notas manchadas em dinheiro lícito. Durante a operação, os policiais cumpriram 16 mandados de busca e apreensão e três de prisões preventivas, nos bairros Parque Guarani, Ulysses Guimarães, Adhemar Garcia, Boa Vista, Aventureiro, Bucarein, Fátima, Itinga e Jarivatuba.

A polícia também conseguiu apurar que os tipos de carros apreendidos nesta manhã eram totalmente incompatíveis com o padrão de vida que os criminosos levavam e podem ser objetos adquiridos com o dinheiro resultante dos assaltos a bancos. Os proprietários não conseguiram comprovar renda para a compra destes veículos. Os envolvidos na quadrilha, segundo a polícia, mantinham um padrão de vida de luxo que não era condizente com realidade financeira dessas pessoas.

— A maioria das pessoas investigadas está desempregada e não tem como comprovar a renda para viver desta maneira — garante Watanabe.

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Ainda de acordo com o representante do Gaeco, as prisões são uma resposta à comunidade no combate as organizações criminosas e a criminalidade, já que Joinville é conhecida como uma cidade onde há bastante atuação dos caixeiros. Além disso, esses criminosos saem da cidade e passam a atuar em outros locais, neste caso em São Paulo.

Em março deste ano, por exemplo, um relatório produzido pela Polícia Civil do Distrito Federal sobre a atuação de caixeiros no país garante que “não há no Brasil uma cidade com um grupo criminoso tão característico e especializado como Joinville”.

Fora os carros apreendidos, os policiais também localizaram objetos que eram utilizados nos arrombamentos, como maçaricos, alicates, as vestimentas, além de uma arma de fogo sem registro, uma quantia em dinheiro e comprimidos de ecstasy. Todos os dez envolvidos foram ouvidos pela polícia na manhã desta quarta-feira.

Os três presos foram conduzidos ao Presídio Regional de Joinville, eles poderão responder pelos crimes pelos crimes de furto qualificado e associação criminosa.

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