A Polícia Federal (PF) apreendeu na manhã desta terça-feira sete carros e uma moto em uma revendedora de veículos em Joinville. A apreensão aconteceu em uma loja multimarcas localizada na rua Blumenau, no bairro América. De acordo com as investigações da PF, alguns veículos do estabelecimento teriam relação com grupos criminosos que enviavam cocaína para o exterior do país através de portos catarinenses.
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O envio da droga se concentrava no Porto de Itapoá e no Complexo Portuário do Itajaí — que abrange os terminais de Itajaí e Navegantes. Em um ano e meio, as investigações resultaram na interceptação de mais de 10 toneladas de cocaína. Devido a forma parecida de ação dos grupos, as operações ocorreram de forma simultânea em em conjunto com a Receita Federal. A ação intitulada Contentor, foi coordenada pela Delegacia da Polícia Federal em Joinville. Já a Oceano Branco, teve as investigações iniciadas em março do ano passado na Delegacia da Polícia Federal em Itajaí.
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De acordo com o delegado Fabio Alceu Mertens, coordenador da operação Oceano Branco, há fortes indícios de que veículos da revenda joinvilense pertençam ao integrantes do grupo fornecedor da cocaína.
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— Os veículos foram apreendidos como medida cautelar de sequestro. Há indícios de que os sócios da revenda estejam envolvidos na atividade de tráfico internacional de drogas – afirmou Mertes durante coletiva.
Durante a operação na revenda, sete carros — cinco modelos considerados de luxo, um modelo popular e um carro de colecionador — e uma moto foram apreendidos. Somente na operação Contentor, conduzida pela PF de Joinville, foram expedidos 22 mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e 36 de busca e apreensão. Eles foram cumpridos em Joinville, São Francisco do Sul, Itapoá, Garuva, Santos (SP), São Paulo, Recife(PE), João Pessoa (PB) e Rio de Janeiro(RJ).
— Dos 26 mandados de prisão (temporária e preventiva), 25 foram cumpridos. Somente um não foi localizado na cidade de São Francisco do Sul – garante o delegado Alessandro Vieira, coordenador da operação Contentor.
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Em Joinville, aproximadamente doze pessoas entre policiais e funcionários da Receita foram até a revenda nesta manhã. Além do estabelecimento, outros pontos espalhados pela cidade também estão sendo investigados, mas a polícia não informou os endereços. Os veículos deverão ser encaminhados a um galpão da Receita Federal.
Os alvos da ação eram pessoas físicas. A Polícia Federal não divulgou o nome dos envolvidos, mas informou que as investigações apontaram para pessoas ligadas a despachantes aduaneiros, motoristas responsáveis pelo transporte de contêineres, funcionários dos portos, pessoas que trabalhavam em galpões onde as drogas eram armazenadas e os chamados empresários do tráfico — com alto poder aquisitivo — tinham envolvimento com o tráfico internacional de cocaína.
As quadrilhas de Santa Catarina tinham contato contatos em outros estados, inclusive no exterior. Entre os presos há pelo menos quatro proprietários de empresas.
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Nas duas operações deflagradas neste manhã, 450 policiais federais e 25 servidores da Receita que cumprem 104 mandados de busca e apreensão, 45 mandados de prisão preventiva, 15 de prisão temporária, 12 conduções coercitivas e diversos sequestros de bens móveis e imóveis, além do bloqueio de contas bancárias, em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco, Paraíba e Rio de Janeiro.
Segundo as investigações, as quadrilhas agiam de maneira semelhante, inserindo clandestinamente a droga em contêineres que transportavam cargas legais, enviadas à Europa. A apuração teve cooperação internacional, com apreensões de cocaína no Brasil e no exterior.
Contentor
As investigações da Operação Contentor, coordenada pela Delegacia da Polícia Federal em Joinville, começaram no final do ano passado e resultaram em cinco grandes apreensões de drogas, que somaram duas toneladas de cocaína. Parte da droga foi interceptada já no destino final, na Bélgica.
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A polícia apurou que a droga era comprada pela quadrilha na fronteira com a Bolívia, e trazida ao Brasil em pequenos aviões que pousavam no aeroclube de São Francisco do Sul. De lá, era levado para chácaras onde era acondicionado em grandes bolsas para posterior inserção em contêineres que sairiam pelo Porto de Itapoá.
A Operação Contentor cumpre mandados em Joinville, São Francisco do Sul, Itapoá, Garuva, Santos (SP), São Paulo, Recife (PE), João Pessoa (PB) e Rio de Janeiro (RJ).
Oceano Branco
Já a Operação Oceano Branco teve as investigações iniciadas em março do ano passado na Delegacia da Polícia Federal em Itajaí. Foram apreendidas seis toneladas de cocaína em 12 ações, metade delas no exterior – Bélgica, França e Espanha.
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As investigações apuraram que o envio era feito por três grupos criminosos diferentes, que utilizavam o Complexo Portuário do Itajaí. Foram localizados carregamentos de drogas em cargas de bobinas de aço, abacaxi em latas e blocos de granito.
Além das apreensões relatadas na investigação, a polícia também acredita na vinculação dos investigados a outros carregamentos interceptados por autoridades policiais na Itália, Dinamarca, Espanha, Arábia Saudita e Turquia, totalizando outras 2,5 toneladas da droga.
Ao mandados da Operação Oceano Branco são cumpridos em Itajaí, Balneário Camboriú, Navegantes, Itapema, Penha, Tijucas, Florianópolis, São Francisco do Sul, Joinville e Imbé (RS).
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