Informações trocadas entre órgãos públicos do Brasil e instituições de países da Europa ajudaram a descobrir as rotas das quadrilhas interceptadas em operação da Polícia Federal e da Receita Federal na manhã desta terça-feira responsáveis por tráfico internacional de drogas.
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Segundo a Receita Federal, a investigação iniciou em 2015, quando autoridades policiais e aduaneiras estrangeiras passaram a relatar apreensões de drogas em portos europeus. As cargas tinham como origem portos do Brasil. Pelo menos seis operações foram deflagradas pelos órgãos nos portos de Itapoá, Navegantes e Itajaí.
Quando as cargas chegam ao porto para embarque, a Receita Federal afirma que dispõe de cruzamento de informações sobre o exportador, o importador no exterior, o país de destino e o produto negociado, o que facilita o alerta em casos suspeitos.
Uma operação desencadeada pela Polícia Federal no ano passado, em Joinville, que resultou na apreensão de duas toneladas de cocaína, com pate encontrada na Bélgica, também foi fundamental para desencadear a investigação conjunta das instituições, que também contou com participação do Ministério Público Federal. Na ocasião, a PF descobriu que a droga era adquirida na fronteira com a Bolívia e entrava no Brasil em aviões pequenos que pousavam no aeroclube de São Francisco do Sul, no Norte do Estado.
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Confira mais detalhes das operações:
2016
8 de novembro
A Receita e a Polícia Federal apreenderam 900 quilos de cocaína que estavam escondidos em contêineres carregados de madeira na Portonave, em Navegantes. A droga estava armazenada em 850 tabletes, em sacolas de viagem que foram depositadas no meio da carga. O destino da droga era a Bélgica. A quantidade de cocaína interceptada em Navegantes até então já contabilizava 3,1 toneladas. Todos os carregamentos tinham como destino a Europa.
Na época, a Receita Federal já havia revelado que as organizações criminosas investigadas que normalmente apostavam no Porto de Santos (SP), começaram a utilizar como rota os portos de Navegantes e Itajaí. É que os mesmos navios operavam nos três portos.
17 de outubro
Na data, a alfândega da Receita Federal em Itajaí descobriu 1,1 tonelada de cocaína escondida em uma carga de abacaxis em calda, que seria enviada de Navegantes para a Espanha. Até então, essa tinha sido a maior apreensão de cocaína em Santa Catarina e uma das maiores do país.
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A investigação da Receita indicou que o carregamento de abacaxis tinha um representante legal em comum com a carga de bobinas de aço, interceptada uma semana antes, em que foram localizados 300 quilos de cocaína.
11 de outubro
A Polícia Federal apreendeu 40 quilos de cocaína no Porto de Itapoá, no Norte do Estado. A droga havia sido importada da China e estava oculta num fundo falso do contêiner. A cocaína estava distribuída em pacotes de um quilo. A carga era monitorada pelos criminosos por meio de chip.
10 de outubro
300 quilos de cocaína são encontrados pela Receita Federal em Navegantes, em meio a bobinas de aço que seriam exportadas para o Porto de Livorno, na Itália. Na ocasião, a carga foi impedida de embarcar e submetida a vistoria com escâner e cão farejador. Segunda a Receita, o que chamou a atenção dos fiscais foi o tipo de produto, o histórico de operações do importador, que nunca havia comprado do Brasil, e o país de destino da carga.
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6 de maio
811 quilos de cocaína foram encontrados em oito contêineres, no Porto de Navegantes. A droga, que seria transportada para a Espanha, estava escondida em blocos de granito. Os blocos foram abertos em uma operação que levou mais de quatro horas.
Segundo a Receita Federal, as investigações levaram a carga a ser incluída nos canais de risco, que exigem verificação mais cuidadosa. Os contêineres passaram por escâneres, que indicaram possível irregularidade. Os blocos foram descarregados e farejados por cães.
2017
24 de janeiro
Pelo menos 645 quilos de cocaína foram encontrados em bolsas, embarcadas em um contêiner carregado com madeira no Porto de Itapoá, na região Norte do Estado. A quantia apreendida era 16 vezes maior que o total apreendido durante todo o ano anterior na unidade portuária.
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A droga estava em tabletes, dentro de malas que estavam em um contêiner carregado com madeiras. O carregamento deveria sair do Porto Itapoá em um navio com destino a Antuérpia, na Bélgica. A suspeita na época era de que a droga havia saído da Colômbia ou do Peru.
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