O melhor atleta de caratê do mundo na categoria até 60 kg é de Florianópolis. Douglas Brose mora e treina na capital catarinense desde os seis anos de idade, quando veio com a família do Rio Grande do Sul e começou a fazer aulas da modalidade, inspirado pelos filmes de luta a que assistia na televisão.
Continua depois da publicidade
:: Carateca catarinense não se contenta: “quero vencer o Mundial”
:: Confira todas as notícias de Esportes
O interesse pelas competições foi imediato. Aos 15 anos, foi convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez, e de lá não saiu mais. Hoje com 28 anos, coleciona cinco títulos brasileiros, dois ouros sul-americanos, dois bronzes em Jogos Pan-Americanos e, neste mês, sagrou-se bicampeão mundial, principal título internacional.
Continua depois da publicidade
Depois de mais essa conquista na Alemanha, no último dia 8, e do ouro essa semana defendendo Florianópolis no JASC, Douglas não depende apenas de si para ir além. A realização de seu maior sonho espera a decisão do Comitê Olímpico Internacional, já que o esporte é candidato a estrear nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. Até lá, o maior objetivo é ganhar a única medalha possível que lhe falta: o ouro em Jogos Pan-Americanos.
Diário Catarinense – Como foi o caminho para seu segundo título mundial?
Douglas Brose – Peguei uma das chaves mais difíceis de toda a minha trajetória em mundiais. Normalmente na fase classificatória há pelo menos uma luta mais fácil, mas desta vez não, tive que entrar 100% em todas. Só peguei pedreira. A mais difícil foi a segunda luta, contra um turco que me venceu um mês atrás, foi mais difícil até que a final, que venci o holandês Geoffrey Berens por 2 a 1. Meu filho de quatro meses estava lá na arquibancada com a minha esposa, que é técnica da seleção. Foi uma das maiores motivações.

DC – Qual a importância desta conquista?
Brose – A competição mais importante que nós temos dentro do caratê é o Campeonato Mundial, transmitido para mais de 60 países. A modalidade não faz parte dos Jogos Olímpicos, mas estamos em campanha para tentar entrar em 2020, no Japão. Seria um sonho. É o auge para qualquer atleta. Enquanto isso não acontece, vou atrás da medalha que me falta na carreira, o ouro nos Jogos Pan-Americanos. Já sai do Mundial visualizando os jogos do ano que vem, em Toronto, para os quais já estou classificado.
Continua depois da publicidade
DC – Hoje dá para viver só do caratê no Brasil?
Brose – Infelizmente não. Recebo apoio financeiro da prefeitura de Florianópolis, por conta do JASC, e bolsa do governo federal, mas uso esses recursos 100% para bancar meus treinamentos e competições. Sou empresário também. Trabalho com a representação de artigos esportivos para caratê aqui no Brasil. Sou formado em Educação Física pela Unisul e ministro cursos de caratê no mundo inteiro, já fui para Canadá, Japão, Venezuela.