Mais de 300 caminhoneiros estão parados na entrada do porto de Itapoá, no Litoral Norte de Santa Catarina desde a noite desta segunda-feira. Os motoristas aderiram à paralisação que se espalha pelo país e não tem previsão para terminar.
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>> Protestos bloqueiam trânsito para caminhões em estradas de SC
Até o meio-dia desta terça-feira, havia mais de 13 quilômetros de fila no acostamento da SC-416. O protesto não está interrompendo a passagem de veículos. A forma de manifestar a insatisfação com o aumento do combustível é deixando de entregar a carga no porto.
De acordo com o caminhoneiro Thiago Wurz, 30 anos, o recorrente aumento no combustível e a estabilização no valor do frete tem afetado diretamente no bolso. Segundo ele, é muita despesa para pouco lucro. Sem contar os gastos com manutenção e pedágio. A falta de estrutura das rodovias dificulta ainda mais a vida dos profissionais que passam dias nas estradas longe da família.
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– Há quatro anos quando eu viajava para São Paulo gastava R$ 800 de óleo diesel e recebia R$ 2,5 mil pelo frete. Hoje, eu continuo viajando pelo mesmo valor do frete, mas gasto R$ 1,1 mil só de combustível. Isso sem contar o resto, porque aumentou o valor do pneu, da manutenção e do pedágio.
Os profissionais que movimentam o Porto de Itapoá aproveitaram a ocasião para protestar contra problemas locais que enfrentam diariamente. Os motoristas afirmam que o porto e os terminais portuários não oferecem estrutura adequada. Até conseguir uma vaga para entrar na plataforma, os caminhões ficam estacionados por horas na rua, pois não há estacionamento fora do complexo.
O serviço de agendamento disponibilizado pelo porto não resolve o problema dos motoristas que precisam liberar o veículo toda vez que recebem uma carga.
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– A gente fica na fila, no escuro, sem banheiro e sem lugar para tomar um copo de água – reclamou o motorista Clemir José Alves, 40.
Os caminhoneiros também reclamam dos terminais portuários que estariam levando até dois dias para liberar a carga e isso atrasa o serviço deles.
Uma reunião foi convocada pela categoria nesta semana, mas os motoristas afirmam que nenhum representante do terminal portuário ATM, que concentra a maior parte dos problemas, compareceu.
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Protestos na região Norte de SC
Paralisações também foram organizadas a partir da manhã desta terça-feira no km 54 da BR-116, em Papanduva, no km 7 da BR-116 em Mafra e no km 123 da BR-280 em Rio Negrinho. Os protestos nas três cidades que ficam no Planalto Norte de Santa Catarina também foram organizadas ao longo do acostamento das rodovias.
Reação na Justiça
A ação ajuizada pela Advocacia-geral da União contra a paralisação dos caminhoneiros obteve resposta da Justiça do Rio Grande do Sul nesta terça-feira. O estado gaúcho foi o primeiro a catar a ação solicitando o desbloqueio das rodovias federais alvo das manifestações. A AGU ainda aguarda decisão em relação aos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Contrapontos
ATM Modal
A reportagem tentou contato com a ATM Modal pelo telefone disponível no site http://atmmodal.com.br/, mas não conseguiu ligação.
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Nota divulgada pelo Porto de Itapoá
O Porto Itapoá informa que para evitar filas de espera, disponibiliza janelas de agendamento de carga e descarga pelo site www.portoitapoa.com.br e mantém uma sala no prédio de acesso aos Gates com banheiros, água, café e televisão para os caminhoneiros que trabalham diretamente no Terminal.
Prezando pela satisfação de todos os seus públicos busca, de forma contínua, por melhorias e maior conforto de todos os envolvidos através de pesquisas de satisfação que são realizadas com frequência no Terminal.
Confira mapa atualizado pela PRF dos pontos interrompidos: