O camelódromo da Avenida Nereu Ramos, no centro de Chapecó, foi demolido na madrugada deste domingo (27) pela prefeitura. As 24 famílias de camelôs foram surpreendidas nesta manhã ao chegar ao local e encontrar apenas os escombros da demolição. O município afirma que cumpriu uma reintegração de posse e que a ocupação é irregular.

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Em fevereiro, o Ministério Público em Chapecó havia determinado a saída dos boxes que ocupavam a calçada da avenida e a retirada das estruturas chamadas de “clandestinas”. Na época, os comerciantes protestaram contra a retirada do camelô.

O terreno pertence à Agência Regional de Desenvolvimento (ADR) do governo do Estado, que solicitou no ano passado a reintegração de posse do terreno ao poder judiciário. Conforme o jornal Diário de Iguaçu, durante a reintegração, oficiais de Justiça, Polícia Militar, Guarda Municipal e agentes de trânsito participaram da ação. O MPSC alega que os camelôs sabiam da ação. Os comerciantes reclamam, no entanto, que aguardam há três meses uma alternativa da prefeitura, que prometera não deixar as famílias desamparadas.

— Queremos respostas da prefeitura do que vai fazer com o povo que está ali há mais de 20 anos. Levaram mercadorias, vieram na calada, sorrateiros, covardes — desabafou a vendedora Cintia Rodrigues.

— Fizemos um grande esforço tentando mediar uma saída alternativa. Não tinha escuta para que o problema fosse resolvido. Amanhã, ficam todas essas famílias no desalento, justamente numa época de grande falta de emprego — declarou a vereadora Marcilei Vignatti (PT).

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Em nota, a prefeitura de Chapecó disse que os comerciantes foram comunicados. Informou que o Município foi requisitado pelo Ministério Público juntamente com a Procuradoria Jurídica do Governo do Estado, para que fosse cumprido com o previsto no Código de Obras e Posturas de Chapecó;

“Diante disso, atendendo a uma DETERMINAÇÃO do Ministério Público de Santa Catarina, Governo do Estado, a Prefeitura AUXILIOU na desocupação da área. Toda a ação foi acompanhada pelo MP e Governo, com apoio da Polícia Militar na manhã deste domingo.

A Administração reforça ainda que todos os comerciantes foram comunicados e notificados sobre as irregularidades no dia 09 de maio e orientados a desocuparem o espaço. O caso estava sendo tratado com acompanhamento do Ministério Público e comerciantes desde o ano passado, no intuito de encontrar alternativas pacíficas de regularizar a situação.

Dos 24 box instalados no local, apenas 5 ainda possuíam mercadorias. Os materiais foram recolhidos pelos fiscais, catalogados e armazenados em uma sala da Agência de Desenvolvimento Regional de Chapecó (ADR) para que possam ser retirados pelos proprietários.”

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Vídeo feito por comerciante mostra a destruição do camelódromo