A Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú se reúne nesta quinta-feira às 17h para discutir o pedido de cassação do vereador Elton Garcia (PMDB), acusado de exigir parte do salário de dois ex-servidores da Casa. O processo, inédito nos 50 anos de existência do Legislativo no município, ocorre em votação aberta e, por conta da oportunidade de defesa de Garcia e o pronunciamento dos 12 parlamentares aptos a votar, deve se estender por horas.

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A denúncia é um desdobramento da Operação Trato Feito, que investigou crimes envolvendo a prefeitura e a construção civil do município em 2014 – em uma das escutas gravadas pelo Gaeco, o vereador disse que tinha dinheiro para receber de funcionários do Legislativo. Em sua defesa, Garcia argumentou à época que o dinheiro seria referente à um empréstimo que fizera aos servidores. O caso foi apresentado pelo Ministério Público à Câmara de Vereadores que, em novembro de 2014, criou a Comissão de Ética e, um ano depois, a comissão processante autora do pedido de cassação.

A votação segue o rito proposto pelo regimento interno. O presidente Nilson Probst (PMDB) não vota, da mesma forma como o próprio Garcia e os vereadores Claudir Maciel (PSD) e Eduardo Torto (PMDB), integrantes da Comissão de Ética. No lugar dos três, votam os suplentes Marcos Augusto Kurtz (PMDB), Ary Souza (PSD) e Ademar Schneider (PMDB).

Garcia só perde o direito de ocupar uma das cadeiras do Legislativo de Balneário Camboriú se nove dos 12 votantes forem favoráveis. Nos bastidores, comenta-se que há provas suficientes de que houve crime e, temendo a reação dos eleitores, a decisão seria pela cassação.

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O presidente da Câmara, Nilson Probst, prefere não especular sobre a tendência dos votos e diz que é preciso esperar:

– Se eles conseguirem provar ou trazer elementos que mostrem que o relatório tem problemas ou que não condiz com a verdade, pode ser que os vereadores votem pela rejeição.

Garcia não atendeu às ligações da reportagem, mas o advogado do vereador, Gelson Rodrigues, confirmou que tenta anular judicialmente a sessão.

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– Temos duas situação pendentes que devem se resolver até quinta-feira à tarde – afirma, ao classificar a sessão como desnecessária.