Proprietários e funcionários de empresas de transporte de resíduos e de terraplanagem de Joinville se reuniram nesta terça-feira, 26 de junho, para realizar uma manifestação. Eles se reuniram no estacionamento da Arena Joinville, no bairro Bucarein, durante a manhã. Por volta das 10h30, uma comissão foi até a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (Sama) para conversar com o secretário Jonas de Medeiros, com o secretário de Comunicação Marco Aurélio Braga e com a delegada regional Tânia Harada.

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Em pauta, estava a demanda de um local para despejar os resíduos de construção civil. Em 2015, após protestos da categoria, o prefeito Udo Döhler assinou uma lei que permitia a Associação Joinvilense de Condutores de Transportes de Resíduos (Ajoctre) de usar um terreno anexo à Penitenciária Industrial para a implantação de uma central de reciclagem de resíduos da construção civil.

Segundo o presidente da Ajoctre, Gilson Holz, o terreno de 16,5 mil m2 chegou a receber terraplanagem para ser preparado para utilização da entidade e o Governo do Estado aprovou o repasse de verba para possibilitar que os apenados da Penitenciária Industrial de Joinville reciclagem os resíduos descartados. A proposta era transformar estes materiais em lajotas que poderiam ser usadas pela administração pública na pavimentação de ruas da cidade. No entanto, antes da instalação da central de reciclagem, a associação foi avisada de que aquela área tinha um bloqueio judicial e não poderia ser utilizada.

Agora, a manifestação dos associados da Ajoctre ocorre não só pela falta de terrenos para despejar os resíduos de forma regular mas também porque há cerca de um mês começaram a ocorrer prisões de pessoas que faziam o descarte de resíduos sólidos em áreas irregulares de Joinville. Gilson afirma que foram cinco prisões e que os caminhões continuam apreendidos na Central de Polícia de Joinville.

— Na reunião de hoje tentamos explicar à delegada regional que ninguém aqui é bandido. Que estamos despejando em local irregular porque não nenhum lugar regularizado na cidade — afirma ele, salientando que a única opção na cidade é em uma empresa particular.

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Após a reunião na Sama, a comissão foi chamada à Prefeitura de Joinville, onde foi recebida para discutir o assunto com o prefeito. No caminho até o Centro, os participantes fizeram uma espécia de carreata com buzinaço com os caminhões usados para o trabalho.

A expectativa dos associados é que a Prefeitura de Joinville libere outro terreno para instalação da central de reciclagem de resíduos até 10 de julho, data em que está agendada uma audiência da Ajoctre com o Ministério Público. Segundo Gilson, nove terrenos já foram apresentados à Sama, mas não houve liberação da licença ambiental para nenhum deles. O pedido atualmente é para utilização de uma antiga pedreira na zona Sul de Joinville.

Enquanto isso, de acordo com a Ajoctre, os 500 caminhões das 35 empresas de transporte de resíduos e das mais de 90 empresas de terraplanagem estão parados. No total, cerca de 200 prédios são demolidos por mês, com produção de 1.500 toneladas de materiais por dia.