O presidente do Marcílio Dias, Marlon Bendini, convocou uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira para fazer um balanço do Catarinense 2014 e aproveitou a ocasião para soltar detalhes dos bastidores no clube. O foco da entrevista não pôde deixar de ser o controverso jogo entre o Marinheiro e o Atlético de Ibirama, o último do clube itajaiense no hexagonal e que resultou no rebaixamento do Brusque.
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Enquanto negava as suposições de que o Marinheiro teria entregado a vitória por 1 a 0 ao time do Alto Vale, Bendini disse que alguém da diretoria do Brusque teria oferecido dinheiro, o popular bicho, a dois jogadores do Marcílio para que garantissem a vitória. A proposta, segundo o presidente, não foi aceita:
– Vocês sabem que os Brusque ligou? Não vou dizer quem, mas ofereceu R$ 2,5 mil para dois jogadores. Mas eu disse: “não, nós vamos fazer a nossa parte, vamos ganhar o jogo e fazer a nossa festa”.
Ao saber da declaração o presidente do Brusque, Danilo Rezini, informou que não fez qualquer tipo de oferecimento a jogadores. Ele também disse desconhecer que a proposta tenha partido de outro dirigente, mas reiterou que não vê problema nisso.
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– Não vejo nenhum problema em uma premiação para ganhar jogo. O problema é se pagar para perder – afirma.
Rezini, porém, ainda está ressabiado com a partida, que considera “suspeita”. A hipótese de que o jogo tenha sido manipulado foi mencionada por um dos membros do comitê gestor do Marcílio, o secretário de Obras de Itajaí Tarcísio Zanelato, durante um programa de TV recentemente. Inevitavelmente, a coletiva transcorreu em sua maior parte em torno disso. Confira:
O que você tem a dizer sobre a suspeita do Tarcísio Zanelato de que a partida tenha sido manipulada?
Ontem tive uma longa conversa com o Tarcísio e na realidade ele ficou chateado como todos os torcedores. Mas não foi nesse jogo que nós perdemos o campeonato. Se você analisar o jogo de Chapecó, nosso time jogou bem menos do que jogou contra o Ibirama. Deu a confusão toda por causa da maldita da ambulância que teve que sair. O Delfim foi agredido no nosso estádio e perdemos três mandos de campo por isso (inicialmente era apenas um mando, mas a penalidade foi revista).
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A agressão do Delfim repercutiu no país, fui na posse dele na CBF e não teve um presidente que não se solidarizou com ele.
Por que o Zanelato surgiu com a história de que poderia ter acontecido algo?
Devido à pressão, a não conhecer muito do bastidor do futebol. Acho que foi um momento que talvez se calasse seria melhor. Mas ele está aliviado porque ele externou a indignação dele. Assim como o torcedor. Ando em restaurantes e sou o tempo todo questionado sobre esse jogo.
Diante das declarações do Zanelato você acha que pode perder apoio para a eleição deste ano?
Marlon jamais vai atrapalhar a vida do Marcílio Dias. Gosto daqui, trato isso aqui como a minha casa, mas o grupo gestor é mais importante que Marlon Bendini. [Você aceitaria uma chapa com o Benício presidente e você diretor de futebol?] Eu convidei o seu Benício há um tempo atrás para continuarmos trabalhando. Ele é o vice que mais trabalhou pelo Marcílio Dias. Eu acho uma dupla boa e iria continuar.
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O ano que vem tem tudo para ser o ano do Marcílio Dias. Quero fazer parte desse contexto
As confusões no jogo contra o Ibirama refletiram na vaga para a série D?
Quando nós entramos contra o Atlético de Ibirama já não tínhamos mais a vaga da série D. Na segunda-feira antes do jogo o doutor Delfim me ligou urgente para ir na federação. O setor jurídico do Guarani de Palhoça pediu uma revisão do processo da vaga da série D. O Delfim quis dar essa vaga de presente ao Marcílio Dias pelo ano do futebol que teve e a torcida e a imprensa viu de outra maneira. Como se a agressão tivesse interferido.
Nós fomos duas vezes a Palhoça, eu e o Júnior (gerente de futebol), como a gente fez com o Brusque em anos anteriores, para fazê-los ver que disputar uma série D é complicado. Mas ano que vem está tudo certo, o documento está assinado. Quero antes das eleições ter esse documento comigo guardado no clube.