O governo do Brasil não pretende se manifestar oficialmente sobre o protesto formal apresentado pelo Paraguai contra a suspensão do Mercosul e a adesão da Venezuela ao bloco. A assessoria do Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, informou neste sábado que não se manifestará em relação ao assunto. Para as autoridades brasileiras, permanece como válida a decisão definida pela Cúpula do Mercosul, em 29 de junho, determinando a suspensão do Paraguai do bloco e aprovando a incorporação da Venezuela ao grupo.
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No protesto apresentado hoje pelo governo do Paraguai ao Brasil, à Argentina e ao Uruguai, o presidente Federico Franco reclama de “abusos” e destaca que pretende recorrer não só da suspensão do Mercosul como também da incorporação da Venezuela ao grupo. No protesto, as autoridades paraguaias informam ainda que vão exigir o pagamento de indenizações pelos danos causados pelas medidas.
No último dia 5, durante audiência pública na Câmara, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, descartou ameaças às operações econômicas e comerciais feitas pelo Paraguai com o Mercosul devido à suspensão do país do bloco. O chanceler disse que a medida não visa a prejudicar a economia nem a população paraguaia.
Patriota reiterou que a decisão foi motivada pela forma como o então presidente do país Fernando Lugo foi destituído do poder, em 22 de junho, por meio de um impeachment.
– A decisão de suspensão que não afeta os interesses do povo paraguaio nem os benefícios do Paraguai, como parceiro e beneficiário do Mercosul. A amizade que o Brasil tem com o Paraguai não se vê abatida – ressaltou o chanceler.
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O chanceler acrescentou que o Paraguai se mantém entre as prioridades da política externa do Brasil.
– O Paraguai continuará a ser um vizinho e um parceiro (de destaque). A centralidade do Parguai não precisa ser sublinhada. Todas as decisões foram alcançadas com consenso, não houve vozes que se opusessem. (O presidente Lugo foi destituído) sem direito à legítima defesa, em um rito sumaríssimo. Não houve voz que se distanciasse dessa avaliação. – disse ele.’
Segundo Patriota, a expectativa do governo da presidenta Dilma Rousseff é que o Paraguai retome o processo considerado democrático.
– O nosso desejo é que essa situação dure o mais breve o possível. Em favor da prosperidade, da democracia, e democracia com distribuição de renda e justiça social – ressaltou.
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