Com dez dias de greve no Hospital Municipal São José e sem avanços na negociação entre o Sindicato dos Servidores de Joinville (Sinsej) e a Prefeitura, o governo municipal anunciou nesta terça-feira que lamenta a postura do sindicato e começou a procurar alternativas para suprir o quadro de funcionários do hospital.

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– Esperamos que o sindicato reveja urgentemente a decisão de greve e retome atividades importantes para a saúde dos joinvilenses e moradores da região – informou a Prefeitura em comunicado oficial.

De acordo com o Sinsej, o governo municipal recrutou agentes do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville e funcionários de postos de saúde para atuarem no São José. A medida seria uma resposta à paralisação de cerca de 45% dos funcionários do São José, segundo o sindicato.

Até esta terça, foram fechados 88 dos 200 leitos de internação. Os retornos médicos e uma série de serviços eletivos (exames, principalmente) foram cancelados, e todo o atendimento do primeiro andar do prédio do hospital está paralisado.

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Ambulatórios de oncologia e especialidades não estão agendando consultas de retorno dos exames, porque faltam funcionários. Apenas o que está agendado continua mantido. Para o presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter, a medida é “uma irresponsabilidade sem tamanho com a Saúde”.

– Colocar dentro do São José profissionais sem o preparo e sem experiência necessários para a alta complexidade do local é brincar com o bom senso da população – diz.

Ainda de acordo com o Sinsej, os servidores dos postos de saúde convocados pela Prefeitura se negaram a atuar no São José, mas existe a possibilidade de que, caso a situação não mude nos próximos dias, os bombeiros comecem a trabalhar na unidade. Os funcionários do São José estão em greve por causa do corte de adicionais de insalubridade e periculosidade.

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Além disso, eles pedem o fornecimento de uniformes, a extensão da gratificação de alta complexidade para todos os servidores e o pagamento de insalubridade para setores que trabalham com doenças infectocontagiosas em isolamento. Até o momento, houve apenas uma reunião entre o prefeito Udo Döhler e a diretoria do Sinsej, que terminou sem acordo.

– A postura do sindicato está colocando em risco o atendimento da população, que fica prejudicada com a limitação dos serviços em alguns setores da unidade. A greve é sempre a última instância que a Prefeitura espera. Diante deste quadro, é natural que a Prefeitura busque soluções, já que o atendimento precisa continuar – afirma o secretário de Comunicação Marco Aurélio Braga, porta- voz da prefeitura na negociação com o sindicato.

Ele não confirmou que os bombeiros foram convidados a atuar no hospital. Segundo a Prefeitura, a adesão à greve é de 10% dos 1.400 funcionários que trabalham na unidade. De acordo com o Comando do Corpo de Bombeiros, esta não é a primeira vez que a Prefeitura aciona as unidades para ajudar a completar o quadro do São José.

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– Em nenhum momento nosso serviço na unidade hospitalar será de atendimento ao paciente, nem de serviços como primeiros socorros ou enfermagem. Vamos apoiar com mão de obra na limpeza e remanejo de macas. Só vamos atuar se for necessário, tanto que nenhum agente foi destacado nesta terça, não houve necessidade. Mas estamos de prontidão – explica o comandante Jaekel Antonio de Souza.