Os boletins de ocorrência registrados pelas noivas que teriam sido vítimas de uma empresária de Joinville ainda não chegaram à cidade. Grupos criados pelas redes sociais dão conta de que aproximadamente 200 noivas compraram pacotes promocionais de convites, lembranças e diversos itens de casamento, e não receberam o serviço. A reportagem de A Notícia conversou com pelo menos 10 mulheres de outros Estados que registraram ocorrência nas cidades onde moram.

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Uma noiva que foi vítima em Joinville disse à reportagem que estava disposta a procurar uma delegacia para registrar BO. Um processo de uma noiva de São Paulo também corre no Juizado Especial Cível de Joinville.

De acordo com o delegado Fábio Estuqui, que responde interinamente pela delegacia da zona Norte – mesma região onde a empresária morava e funcionava a empresa – não recebeu nenhum registro de ocorrência de noivas até a tarde desta quinta-feira. Porém, ele revelou que funcionárias da empresária procuraram a delegacia para registrar ocorrência. Como o problema delas está ligado a causas trabalhistas, elas foram orientadas a procurar a Justiça do Trabalho.

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Sobre os boletins de ocorrência registrados em outros Estados, Estuqui explicou que os registros devem ser encaminhados para a cidade onde ocorreu a vantagem ilícita, que neste caso seria Joinville. Porém, ele ressaltou que ainda não recebeu informações sobre o caso.

Uma vítima de Teresópolis (RJ) entrou em contato com A Notícia após ler a reportagem publicada com exclusividade nesta quinta-feira. Ela entrou com uma ação no Ministério Público contra a empresária joinvilense. A denúncia também deve ser encaminhada para o MP de Santa Catarina.

A reportagem tentou falar com a empresária em três telefones diferentes, mas não conseguiu contato. Ela também foi procurada na sala onde fazia o trabalho. De acordo com o proprietário do imóvel, ela desapareceu sem pagar o último mês de aluguel. Duas funcionárias ouvidas pela reportagem não conseguem liberar a carteira para procurar outro emprego e estão com salários atrasados. Elas acreditam que a empresária tenha se refugiado na casa de parentes no Rio Grande do Sul.

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Diferença: foto do sapato que noiva esperava receber. Acima, sapato que foi entregue

Entenda o caso

As noivas foram atraídas pela empresa de Joinville por meio de pacotes promocionais divulgados na internet. Convites para festa de casamento e chá de panela, lembrancinhas, enfeites para o bolo, decoração de sapatos e outros itens estavam inclusos nas promoções com preços abaixo do mercado.

As noivas fizeram as encomendas e pagaram antecipado. Porém, o serviço não foi oferecido como estava previsto no contrato. Muitas delas relataram que não receberam nenhum dos itens. Nos últimos meses, a empresária teria deixado de atender as clientes.

As funcionárias revelaram que a administração fugiu do controle porque a empresária teria vendido os produtos a preços inferiores ao custo. A mulher teria sido inclusive ameaçada por um agiota. Desde o início do mês, não se tem mais notícias da empresária.

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Divulgação do nome

O Guia de Ética e Autorregulamentação Jornalística do Grupo RBS diz, no item 4.1.1, que a citação de nomes e a divulgação de imagens de suspeitos ou acusados só podem ser feitas a partir de indiciamento, detenção, prisões em flagrante, preventiva ou temporária, cumprimento de mandados de busca e apreensão, entre outras. Por este motivo, o jornal “A Notícia” não informa nesta edição o nome da empresária citada na reportagem.