
A Guarda Municipal, em parceria com a Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), realizou entre a noite de quarta e a madrugada de quinta-feira uma blitz no bairro de Jurerê Internacional. A operação realizou cerca de 100 testes de bafômetro e 12 motoristas foram pegos no exame, dos quais quatro incorreram em crime por apresentarem mais de 0,34 mg/L na medição do aparelho. Outras 12 pessoas se negaram a fazer o teste.
Continua depois da publicidade
É a primeira operação com foco na aplicação da Lei Seca realizada na região desde 2013. Reportagem do Diário Catarinense mostrou nesta semana que, apesar de 25 fiscalizações terem sido realizadas para combater a mistura de álcool e direção, nenhuma delas foi em regiões com tradição de festas noturnas, como Jurerê e a Lagoa da Conceição.
Regiões badaladas de Florianópolis são ignoradas nas blitze da Lei Seca
— Eu destacaria a integração com a PM e a PRF. Tínhamos oito bafômetros. Três nossos, três da militar e dois da rodoviária — diz o comandante da Guarda Municipal de Florianópolis, Valci Brasil.
Continua depois da publicidade
A maioria dos 160 veículos abordados pela blitz estava com os documentos em dia. Mas 45 motoristas foram autuados e dois carros foram apreendidos. Ao todo, 19 carteiras de motorista foram recolhidas.
A operação começou às 21h de quarta-feira e seguiu até 2h da manhã de quinta-feira. Na delegacia, para lavrar as ocorrências contra os motoristas embriagados, o operação seguir até as 6h da manhã. Eles foram levados à autoridade judicial, mas foram liberados após pagamento de fiança e irão responder pelo crime em liberdade.
Brasil admite que a trágica morte do jornalista Róger Bitencourt, atropelado com um colega enquanto treinava ciclismo na SC-401, é um dos motivos para a realização da blitz no bairro. Mas afirma que realizar operações semelhantes já estariam na agenda da Guarda Municipal.
Continua depois da publicidade
— Nossa programação era começar a partir de 1º de janeiro. Mas, como ocorreu aquele fato lamentável, decidimos antecipar.
“Não vai ser agora, mas vou pedalar”, diz ciclista sobrevivente de acidente
Beber e dirigir é crime
Se a pessoa for pega ao volante com uma concentração de álcool acima de 0,05 mg/L, comete uma infração de trânsito punível com multa de R$ 1915,40, recolhimento da habilitação, suspensão do direito de dirigir por 12 meses, além da retenção do veículo.
Quando o resultado no teste é superior a 0,34 mg/L, o motorista está cometendo um crime. A punição é de detenção de seis meses a três anos, multa, recolhimento da habilitação, suspensão do direito de dirigir por 12 meses, além da retenção do veículo.
Continua depois da publicidade
Negar a realização do teste do bafômetro não significa escapar de multa ou de ter cometido o crime. De acordo com o que está previsto no artigo 165 do Código de Trânsito, o fato de o condutor ter bebido pode ser caracterizado pelo agente de trânsito mediante a obtenção de outras provas: como por exemplo notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor apresentados pelo condutor.
Manifestação de ciclistas pede basta à violência no trânsito, mas excessos continuam