Listado em 19º lugar entre as pessoas mais ricas do mundo, Jeff Bezos, fundador da Amazon que comprou o tradicional jornal americano The Washington Post, pagará US$ 250 milhões em dinheiro pela publicação, o que equivale a 1% de seu patrimônio, segundo estimativa da revista Forbes. A operação, que deve ser concluída em 60 dias, não envolve a Amazon. Bezos será o único dono do jornal.
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O Post fez história ao revelar furos famosos, como o escândalo de Watergate. Nos últimos anos, a publicação vem passando por problemas financeiros, com a queda nas receitas publicitárias.
A negociação foi a mais destacada das mais recentes transações envolvendo veículos de comunicação nos Estados Unidos. No sábado passado, o Boston Globe, que pertencia ao grupo The New York Times Company, havia sido vendido ao empresário John W. Henry, ligado ao time de beisebol Red Socks, por US$ 70 milhões. No mesmo dia, a Newsweek, que já havia deixado de circular em papel, foi comprada pelo grupo IBT Media, dono do portal jornalístico International Business Times.
Como a Amazon é uma pioneira da venda online e uma das responsáveis por disseminar a leitura em dispositivos eletrônicos, com seu Kindle, Bezos é apontado como um revolucionário do varejo. E parece apostar no futuro do negócio que está em crise nos EUA. Um dos lemas de vida do empresário é “regret minimization framework” – ou modelo de trabalho baseado em restrição de arrependimento. Portanto uma das leituras possíveis da transação é a de que ele não planeja correr o risco de se lamentar sobre o negócio fechado.
Em sua carta de apresentação, divulgada minutos depois do anúncio da compra, Bezos escreveu: “Os valores do Post não precisam mudar. O compromisso do jornal continua sendo com seus leitores e não com os interesses privados de seus donos. Seguiremos atrás da verdade onde quer que ela leve, e trabalharemos duro para não cometer erros. Quando cometê-los, vamos admiti-los rápida e integralmente”. O empresário também acrescentou que não se envolverá no dia a dia do jornal.
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