De volta ao Rio Grande do Sul após os dias de costura em torno da sua candidatura a vice-presidente na chapa de Marina Silva, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB) falou em entrevista coletiva no comitê do seu partido, em Porto Alegre, e minimizou a crise que se instalou entre líderes da sigla e a ex-senadora.

Continua depois da publicidade

Nesta quinta-feira, o coordenador da campanha PSB-Rede, Carlos Siqueira, deixou o cargo após se desentender com Marina.

– Houve um pequeno desentendimento, mas isso é normal. Na última semana, nenhum de nós dormiu mais de quatro horas por noite. Estamos todos extenuados. O Carlos, como eu, somos veteranos no partido. Ele é um pilar na organização partidária. Houve um desentendimento de palavras que criou um atrito vencível – disse Beto.

Veja cinco momentos da trajetória de Marina Silva

Leia todas as notícias sobre as eleições

Continua depois da publicidade

Leia as últimas notícias de Zero Hora

O motivo da discussão entre Siqueira e Marina foi a exigência da ex-senadora de nomear pessoas de sua confiança na coordenação da campanha. Beto negou que tenha havido troca de ofensas entre os dois. Questionado sobre as divergências programáticas entre os integrantes da Rede, socialistas e aliados – como o PMDB do Rio Grande do Sul -, Beto afirmou que Marina “não vai fazer o que quer” e seguirá o programa de governo criado em parceria com Eduardo Campos.

Crítica a Aécio

O agora candidato à vice-presidência da República Beto Albuquerque criticou as manifestações recentes do presidenciável Aécio Neves (PSDB) sobre o legado político de Eduardo Campos. Na terça-feira, durante o seu programa eleitoral na TV, o tucano afirmou que tinha uma amizade de longa data com o socialista e lembrou que “tinha muito em comum” com Campos.

– Colocar em prática os ideais que tínhamos em comum será a melhor forma de celebrar a vida de Eduardo Campos – afirmou Aécio.

Beto questionou a afirmação do tucano.

– O Aécio foi infeliz ou pretensioso. Nesses 25 anos de retomada da democracia, nós nunca estivemos em um palanque com o Aécio. A relação do Eduardo com o Aécio é a relação do Tancredo com o Arraes. Mas, politicamente, nunca rezamos na mesma cartilha, nunca estivemos em palanques nacionais juntos. Então, não há essa unidade. O problema do Aécio é que ele está agarrado ao passado e o Brasil quer mudar olhando para frente. A equipe que ele tem é toda do passado. Temos muita diferença com o Aécio. É muito pretensioso ele achar que pode herdar o legado do Eduardo. Está longe de ser o Eduardo.

Continua depois da publicidade

Indefinição sobre o substituto

Com a renúncia de Beto Albuquerque à candidatura ao Senado, nesta tarde, o PMDB tem dez dias para escolher o substituto do socialista. O presidente estadual do partido, Edson Brum, disse que “tudo está em aberto” e que a decisão deverá ser oficializada apenas na terça-feira.

O candidato da coligação ao Piratini, José Ivo Sartori, garantiu que a chapa manterá o apoio à dupla Marina-Beto e minimizou as divergências entre líderes da sigla sobre a aliança, já que muitos peemedebistas são contrários às posições da ex-senadora, em especial sobre o agronegócio:

– O que é certo é que a coligação se mantém e vai em direção a participar do processo eleitoral. Quem não quiser votar na Marina, que vote no Beto. E quem não quiser votar em mim, que vote no Cairoli.