O secretário-geral do PSB e coordenador da campanha de Eduardo Campos à Presidência da República, Carlos Siqueira, deixou a função nesta quinta-feira. A indicação de Marina Silva para liderar a chapa não agradou ao político identificado com o partido.
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– Da senhora Marina Silva eu quero distância. Eu não participo de campanha de Marina Silva. Ela não é do PSB – disse.
Ainda na quarta-feira, havia sido anunciado que Siqueira permaneceria na função, mas que teria ao seu lado o deputado licenciado Walter Feldman (SP), também porta-voz do partido. Bazileu Margarido, homem de confiança de Marina, que era adjunto de Siqueira durante a campanha de Eduardo Campos, foi transferido para o comitê financeiro da campanha. Bazileu vai dividir a tarefa com Dalvino Franca.
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Presidente da Fundação João Mangabeira, do PSB, Siqueira disse que continuará no partido. Ele afirmou que se rende à decisão da maioria, responsável por garantir o apoio à candidatura de Marina, porque é disciplinado. O secretário-geral do partido prefere não dar detalhes sobre essa decisão, porque seriam “detalhes desagradáveis”.
Nesta manhã, o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, se reuniu com dirigentes de partidos que compõem a coligação. Amaral ainda não comentou a saída de Siqueira.
Walter Feldman diz esperar participação de Siqueira na campanha
O novo coordenador de campanha indicado pela candidata Marina Silva, Walter Feldman, disse na manhã desta quinta-feira que ainda espera pela participação de Carlos Siqueira na campanha presidencial. Em mensagem de texto, ele afirmou: “Temos esperança”.
Pouco antes, Feldman havia dito que todos, inclusive ele, Marina e o grupo da Rede Sustentabilidade, esperavam que o secretário-geral do PSB voltasse ao posto de coordenação.
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– Ela (Marina) quer o Carlos, mas não pode impor essa condição ao PSB – disse Feldman.
Feldman classificou como um desentendimento sobre quem deveria indicar a coordenação-geral de campanha.
– Para nós, a indicação do cargo é do PSB. Carlos Siqueira ficou chateado porque ele achava que era da Marina. Estava tudo certinho, foi apenas uma questão de neurolinguística – explicou.
Sobre possíveis atritos entre Rede e PSB, além dos demais partidos da coligação PPS, PPL, PRP, PHS e PSL, Feldman disse que houve conflitos naturais, dada a situação extraordinária de recomposição da chapa após a morte trágica de Eduardo Campos.
– O pessoal ficou nervoso, mas nós vivemos um furacão, é natural – contou.