A folia esse ano veio acumulada. Depois de ficar parado em 2017, o tradicional Berbigão do Boca abriu nesta sexta-feira o Carnaval de Florianópolis. Milhares de pessoas fizeram a festa na região do Largo da Alfândega com o abadá verde e rosa, fantasia ou até com a roupa do serviço.
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– O Berbigão é um resgate da memória de quem se foi e a integração do manezinho com o turista. Há 15 anos eu participo e é minha festa preferida – destacou Lucelena da Silva, moradora do bairro Abraão, região continental, enquanto tirava foto com os bonecões que homenageiam personalidades de Florianópolis.
“Se morreu, vira boneco”. O bordão típico da Ilha se confirmou esse ano, como sempre acontece. Maurício Amorim, figura conhecida no meio carnavalesco da cidade, virou mais um personagem. Vítima de um câncer em 2016, ele ficou eternizado num boneco e correu o arrastão do Berbigão no começo da noite.
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Quem puxava a festa era Paulo Abraham, o famoso Boca, que dá nome ao bloco. Mesmo depois de passar por uma cirurgia nesta semana, o patrono estava na folia pousando para fotos.
– É uma festa que caiu no gosto popular, “entendesse”? Não dá briga. Tem criança, tem velho. Tem índio, tem negro, tem branco!
Cultura manezinha
A tradicional festa do Berbigão do Boca nasceu há 26 anos. Paulo Abraham, o Boca, presidente, Leonardo Garofallis, o Nado, diretor financeiro, e mais cinco amigos estavam conversando em um bar no bairro Coqueiros sobre o Carnaval de Floripa da época.
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– O Boca estava inconformado porque em Olinda o Carnaval continuava com o Bacalhau do Batata e os bonecos, e aqui não tinha mais nada. Nós tínhamos que fazer alguma coisa parecida com aquilo – relembra Nado.
Foi então que eles tiveram a ideia de criar uma festa que antecedesse o Carnaval para animar os foliões.
– Eu que dei o nome. Como em Olinda era o Bacalhau do Batata, aqui seria o Berbigão do Boca. Berbigão porque é o molusco mais popular que existe na culinária do manezinho e, na época, era o mais barato. E Boca porque era ele quem estava reclamando.
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Em 2017, a festa não aconteceu por falta de investimento público. Segundo Nado, a prefeitura é responsável por toda a estrutura da festa, desde as tendas até os banheiros químicos e segurança. Como no ano passado não houve essa parceria, a festa teve que ser cancelada. Mas em 2018, voltou. Está decretado: já é Carnaval em Floripa!