Elbows up! Spread your legs! Nice hit! Nos sábados pela manhã, os gritos em inglês do treinador Jeff Healy ecoam pelo campo originalmente de futebol do Jurerê Sports Center, em Florianópolis. Porém, não é futebol que ele ensina aos seus alunos. É beisebol. Munidos de tacos, luvas e protetores, os pequenos estudantes aprendem fundamentos básicos e as regras desse esporte pouco familiar para a maioria dos brasileiros.
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Desde o fim do ano passado, o norte-americano de 39 anos dedica parte de seu tempo para mostrar os macetes do segundo esporte mais popular dos Estados Unidos (atrás apenas do futebol americano). Casado com uma manezinha e pai de quatro crianças, Healy é natural da San Diego, na Califórnia, mas mora em Florianópolis há seis anos. A relação com o idioma local ainda patina, mas ele conta com um assistente que o ajuda quando necessário.
Embora as aulas sejam abertas à comunidade, apenas um punhado de alunos de uma escola bilíngue da capital participa das atividades até o momento. Um deles é Frederico Catapan Narciso, de 13 anos. Ele conta que começou no esporte quando os amigos o convidaram a fazer as aulas.
– É um esporte difícil, mas eu gosto de rebater e agarrar – diz o estudante, que ainda não decorou todas as regras da modalidade.
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Catapan estuda na mesma escola onde o professor Healy coordena um programa que permite aos estudantes conseguirem também um diploma de ensino médio válido nos Estados Unidos. Além do beisebol, ele também ensina o futebol americano para as crianças. As aulas dos esportes típicos dos Estados Unidos coincidem com as temporadas das ligas americanas. Em relação ao beisebol, o instrutor conta que cresceu praticando a modalidade e observa uma diferença cultura:
— Os brasileiros têm a cultura do chute, de usar os pés. Já nós, americanos, crescemos com a cultura do arremesso, seja em direção a uma cesta, a um companheiro ou a uma base.
Ele acrescenta ainda que tem o fascínio de poder ensinar uma coisa nova para as crianças. Seu desejo no momento é que consiga aumentar o número de alunos para poder formar dois times. Dessa maneira, poderá fazer com que tenham um entendimento mais completo da modalidade.
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– Eu vejo que o beisebol tem potencial. É bom que os jovens tenham cada vez mais opções – completa Healy.
As aulas são abertas a estudantes de qualquer escola. A mensalidade é de R$ 170, com um desconto de R$ 20 caso o pagamento seja efetuado até o dia 10.
Entenda o esporte
São dois times que disputam nove innings (entradas). Em cada uma delas, o time tem a vez de atacar e a de defender. Quem defende faz o arremesso e tem de eliminar os rebatedores, ou pegando a bola antes de ela cair no chão em uma rebatida do adversário ou fazendo a bola passar três vezes (strike) pelo rebatedor. Quem ataca tem de rebater a bola com o taco para a arquibancada (home run) ou em áreas do campo que dificultem a chegada dos defensores – sempre que a bola for rebatida, o jogador precisa correr para a primeira base (segunda ou terceira, se conseguir antes de a bola chegar em um dos defensores que estão nelas).
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O ponto ocorre quando o jogador completa a quarta base, que é de onde ele rebateu a bolinha. Quando ocorre o home run, todos os jogadores que estão em bases podem completar a volta e somar pontos. O home run com bases cheias dá 4 pontos.
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