Sem um time na Superliga masculina desde a temporada 2012/2013, Florianópolis caminha para ter novamente uma equipe competitiva de vôlei masculino. Quem comanda o projeto tem experiência de sobra no esporte: trata-se de Paulo André Jukoski da Silva, o Paulão. Desde o fim de abril, o campeão olímpico de 1992, em Barcelona, comanda o Jurerê Sports Center, clube multiesportivo em Jurerê Internacional. Além da função gerencial, o ex-jogador e técnico tem o objetivo de fazer com que Santa Catarina volte a ter espaço de destaque no voleibol masculino, como quando conquistou por quatro vezes o campeonato brasileiro e representou o país em competições internacionais. Confira a entrevista concedida por Paulão ao Diário Catarinense.

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Você comentou que pretende fazer algo voltado ao vôlei. Florianópolis teve uma cultura do esporte muito forte nos anos 2000 e isso acabou se perdendo com a saída da Cimed. Qual a sua intenção?

Santa Catarina tem uma cultura maravilhosa com o vôlei. Isso me deixa muito feliz, porque é um desafio novo. Tivemos grandes equipes e você resgatar esse processo é enriquecedor. O desafio é muito grande, você montar um projeto de voleibol, com a qualidade que o esporte tem hoje no Brasil. É todo um processo de buscar uma condição diferenciada. Nosso objetivo é começar com a base. A partir daí, também queremos ter uma equipe competitiva, porque é um chamariz muito forte. E por que não sonhar em fazer parte do campeonato catarinense, de outros eventos esportivos dentro do calendário catarinense e de uma Superliga?

Você está atrás de parcerias?

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Essa busca de patrocínio no esporte é constante. O voleibol tem um apelo forte, porque é um esporte vitorioso, com boas conquistas. Eu venho de cinco anos consecutivos trabalhando como técnico no Rio Grande do Sul. Vivi minha vida dentro de uma quadra de voleibol e conheço bem. Seria maravilhoso resgatar o voleibol aqui em Florianópolis, aqui em Jurerê. Eu ficaria muito feliz em conseguir esses parceiros para investir não só na parte educativa, mas também na competitiva.

Como vocês trabalharão a questão da infraestrutura?

A infraestrutura é nosso tendão de Aquiles aqui no clube, falando em termos de ginásio. Temos uma belíssima estrutura de tênis, ginástica e circo, mas hoje precisamos montar uma quadra coberta para duas ou três mil pessoas. As perspectivas são: ou os pré-moldados ou de lona. O ginásio de lona é muito rápido (de fazer), é temporário e nos daria uma condição de ter uma quadra coberta. Não seria difícil fazer um ginásio de lona aqui.

Seria possível usar outras estruturas existentes na cidade?

Já estamos pensando nisso. Estou conversando com alguns parceiros para já dar início a esse processo das escolinhas. A gente não pode perder um ano. Eu gosto muito de trabalhar com a molecada e o processo de ensino. Também fica mais fácil de trabalhar depois com uma equipe adulta.

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Você trabalha com prazos?

Não coloquei prazos, até porque estou chegando em um lugar novo. Você não pode atropelar o processo. Tenho que ir devagar para entender a cultura local, a filosofia dos empresários e dos professores. A base do nosso projetos são os educadores e eles vão me dar esse processo de qualidade de voleibol que a gente quer montar aqui. Por isso, não estou trabalhando com prazos, mas claro que, se alguém chegar aqui amanhã e dizer ¿queremos fazer¿, o projeto está prontinho, montado, com custo, e tudo para fazer um voleibol de excelente qualidade.

Como você pretende trabalhar a área social?

Eu sou muito ligado à área social. Sempre fui engajado em projetos educativos e corporativos. Um dos nossos objetivos aqui é abrir o clube para essas ações, fazendo palestras, clínicas, visitas em escolas públicas e privadas, universidades, cursos e entidades que queiram investir no esporte. . Esse vínculo é fundamental. E eu ressalto que o objetivo do projeto não é detectar talento. É mostrar que o esporte é uma ferramenta super importante para educar.

Como você avalia o atual cenário do voleibol em SC e qual o potencial do Estado?

Santa Catarina tem uma cultura muito parecida com a do Rio Grande do Sul. Eu joguei em Chapecó por cinco anos. Minha carreira começou lá. Tenho já um histórico positivo. Comecei aqui e estou voltando para cá por causa do vôlei. Essa cultura do Estado, tanto dentro quanto fora do esporte, dá a condição de vir para cá investir. Isso é muito bom. Não creio que teremos dificuldades, É maravilhoso estar aqui, em um lugar que eu gosto.

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