Resgatar o bandoneon abandonado é a missão que vem dado certo para Bandoneonfest há 15 anos. Cada vez mais o público comparece e a Sociedade Rio da Prata, em Pirabeiraba, está ficando pequena. A organização estima que mais de 3 mil pessoas tenham dançado, comido e se fartado da cultura do Bandoneon ao longo deste domingo, entre às 19h30 e ás 19 horas.

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A cada ano, gente de vários cantos vêm para a festa. Cidades vizinhas e o Paraná em peso prestigiaram o evento que é sinônimo de resgate histórico.

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Com a história de uma década e meia, os jovens têm aprendido a tocar outros ritmos. Dionísio Trapp passou 15 dos seus 62 anos organizando o festejo e agora tem visto os “jovens largarem as valsas dos antigos e começarem a dar mais importância ao tango”. Não era de se admirar que o ritmo “caliente” argentino fechado a pista de dança para uma apresentação exclusiva com bailarinos.

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Durante a manhã o bandoneonista João Paulo Deckert, vindo do Rio Grande do Sul e premiado por todo Brasil, mostrou seu talento musical. Mas o dia também foi da música típica alemã e da gauchesca. Músicos de cidades pequenas como Panambi (RS) e de maiores como São Paulo trouxeram diversidade às notas do bandoneon, que ganhou também as cores da musicalidade argentina. Ao todo foram 12 atrações musicais, contando com a Orquestra Cidade de Joinville e com a banda do 62º BI.

Quando conversou com Erculano Vicenzi na Sociedade do Piraí, no Vila Nova, Dionísio não imaginava o sucesso que estava por vir. Fez a primeira Bandoneonfest no Salão Jacob e nunca mais parou.

– A gente veio pro Rio da Prata. Mas olha só – disse apontando para o salão lotado.

Se continuar desse jeito, ele já começa a considerar que nem o Centreventos Cau Hansen escapará da festa.

Chapéu de festa

Herança do pai, o chapéu de fritz na cabeça do corretor de imóveis Roberto Correia chama atenção pelos adornos. Todos os botons e broches estão escritos em alemão, menos o do Bolshoi. Até as penas deve saber um pouco do idioma germânico, já que o pai dele trouxe o adorno diretamente da Alemanha.

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– Ich spreche Deutsch und du? – lê Roberto, que traduz – Eu falo alemão e tu?.

– Eu falo com o alemão – brinca a esposa dele Rosa Correia.

Ele tem 62 anos e ela 56. Juntos formam uma dupla de festeiros assumidos que não perdem uma Bandoneonfest. Tendo música típica, seja ela gauchesca ou alemã, os dois estão dentro. Só não vale esquecer o chapéu, que é a parte mais importante do uniforme de festa.