Neste domingo, 17 de maio, ocorre a 15ª Bandoneon Fest de Joinville. O evento já é tradicional na cidade e foi pioneiro ao resgatar o instrumento que, por muito tempo, animou as festas dos imigrantes alemães e seus descendentes e, depois, correu o risco de ser esquecido pelas novas gerações.

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– O Dionisio ia nas escolas apresentar o bandoneon e as crianças não sabiam o que era, chamavam de gaita – conta Joraia Trapp que, ao lado do marido, Dionisio Trapp, idealizou a festa em 2001, quando ainda se chamava Primeiro Encontro Regional de Bandoneonista.

O que era para ser apenas uma reunião entre amigos e músicos apaixonados pelo instrumento tornou-se uma festa que contou com mil participantes. Desde então, o evento ganhou fama e foi transferido para um salão maior, a Sociedade Típica de Joinville – Sociedade Rio da Prata, em Pirabeiraba, local onde ocorrerá novamente nesta 15ª edição.

O Guia + AN listou 15 motivos para conhecer e prestigiar a Bandoneon Fest:

1) Para o almoço, tem marreco recheado e um buffet cheio de opções que complementam este prato tradicional dos imigrantes germânicos.

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2) Quem não gosta de marreco recheado pode comer o tradicional churrasco de domingo, com maionese, salada e pão.

3) A festa completa 15 anos de tanto sucesso que a organização sooofre porque às vezes não tem espaço para todo mundo. A Sociedade Rio da Prata é ainda o maior espaço físico entre as sociedades de Joinville – e tirar a festa da zona rural e levar para um lugar como a Expoville ou o Expocentro, por exemplo, seria um sacrilégio.

4) A Orquestra Cidade de Joinville vai, pela primeira vez, se apresentar na Bandoneon Fest e tocar ao lado de bandoneonistas. Isso vai acontecer de manhã: ela é a quarta atração do dia.

5) A Banda do 62º Batalhão de Infantaria de Joinville será a responsável pela abertura do evento, se apresentando logo depois do cerimonial.

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6) Haverá um show de tango ao som do bandoneonista argentino Carlo Greco e com apresentação dos bailarinos Fabiano Silveira e Juliana Figueiredo, premiados em concursos de dança pelo Brasil. O tango entra na festa porque o bandoneon é, além de importante para a música germânica, também o principal instrumento para a música argentina.

7) O jovem bandoneonista João Paulo Deckert, do Rio Grande do Sul, se apresenta no meio da manhã. Ele coleciona premiações como melhor intérprete e melhor bandoneonista em concursos pelo Sul do País.

8) Para quem acha que bandoneon é animador de festa da terceira idade, além de João Paulo Deckert, que tem 19 anos, a Bandoneon Fest é celeiro de jovens instrumentistas, que perderam a vergonha e assumiram a tradição da região. Um deles é André Luiz Cruz, também de 19 anos, que assumiu o cargo de coordenador do evento.

9) Seis atrações animarão o baile a partir das 14 horas: Sandro e Wilson, de Pomerode; Trio Edelweiss, de São Bento do Sul (na foto abaixo); Musical Gute Freunde, de Joinville; Banda Free Chopp, de Blumenau; Banda União e Marcelo Shou, de Joinville; e bandoneonistas de Joinville.

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10) Para quem não consegue se controlar e precisa de um arrasta-pé desde o começo da festa, às 10h30 haverão shows com algumas destas duplas e bandas no palco alternativo, em um salão anexo à Sociedade Rio da Prata.

11) Com o passar dos anos a festa ficou tão importante que começou a servir de inspiração para eventos que ocorrem em cidades como Timbó e Massaranduba, além de ser vista como referência pelos organizadores de encontros de bandoneonista do Rio Grande do Sul.

12) A nostalgia corre solta pelo salão e quem não viveu os bailes de Joinville e região de antigamente, pode curtir a emoção dos idosos (ok, eles são os maiores fãs da festa), que parecem reviver a juventude e saem dançando por aí.

13) Para conhecer uma região de Joinville que, para muitos moradores, é inexplorada: a Sociedade Rio da Prata fica na Estrada Dona Francisca, no caminho para a serra e, além de propiciar uma vista linda, também é um lugar com ar mais puro (e vento mais friozinho) do que a área urbana.

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14) A organização da festa sempre procura oferecer uma atração diferente, que a maior parte de seu público nunca teve a oportunidade de assistir. Neste ano, é a Orquestra Cidade de Joinville. Em 2013, por exemplo, houve uma apresentação da Cia. Jovem do Bolshoi Brasil.

15) Porque o bandoneon, criado em 1849 na Alemanha, produz seu som a partir da vibração de palhetas de aço rebitadas em chapas de metal que podem ser de zinco ou de alumínio. E, ao contrário do acordeão e da sanfona (instrumentos mais parecidos com ele), o bandoneon não tem teclas, apenas botões que não estão organizados para tocar escalas, além de terem layouts diferentes de cada lado. Além disso, as notas produzidas quando o instrumento abre são diferentes de quando fecha. Quer dizer, saber tocar bandoneon é um baita desafio que merece ser prestigiado.

Leia mais sobre os eventos de Joinville e região no Guia + AN