Dez anos depois da morte da artesã Yara Margareth Paz Steinbach, que na época tinha 28 anos, em Florianópolis, o processo na Justiça será julgado no dia 29 de setembro no Fórum da Capital. O acusado é o bancário e engenheiro elétrico Paulo Eduardo Costa Steinbach, hoje com 43 anos, então marido da vítima.
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Ele foi apontado pela polícia como responsável por ter jogado o carro contra a esposa e esmagá-la no muro em frente a um clínica no Bairro Itaguaçu. Steinbach ficou preso por um ano, quando a defesa conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF). Desde então ele está solto.
A morte da artesã ocorreu em 13 de novembro de 2006. Yara foi atropelada pelo marido após uma discussão por ciúmes em frente à clínica. Dentro do carro estavam duas crianças, sendo uma filha dos dois e outra filha de outra relação da vítima.
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Ela foi socorrida pelos médicos que estavam no local e levada para o hospital, mas não resistiu a um traumatismo craniano. Uma das crianças que estava no carro teve um corte no rosto. O bancário foi preso em flagrante e responde pelo crime de homicídio qualificado.
Recursos prolongaram processo
Diante do alto número de recursos da defesa, o caso se estendeu por 10 anos. Em 2013 ele chegou a ser arquivado administrativamente até que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgasse um habeas corpus da defesa que pedia a anulação da decisão inicial de levar o bancário a júri. O julgamento no STJ ocorreu apenas em julho deste ano. O órgão negou o pedido e manteve o julgamento popular.
O advogado de Steinbach, Acacio Marcel Marca Sarda, afirma que o processo deveria ser anulado por conta de uma decisão dada pelo Tribunal de Justiça em um dos primeiros pedidos de habeas corpus feitos por ele. Isso porque, explica Sarda, o mesmo procurador que inicialmente fundamentou a posição do Ministério Público foi o que, depois de escolhido para o cargo de desembargador, decidiu por negar o pedido do defensor. O júri, inclusive, já teria sido adiado uma vez em 2010 por conta disso. Desde então o recurso tramitava no STJ.
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O defensor alega que o bancário não teve a intenção de matar a esposa. Na versão da defesa, Steinbach teria visto a artesã com um amante e ficado transtornado com a situação. Depois da discussão, o advogado diz que o bancário foi manobrar o carro para sair sem a esposa e acabou atingido a vítima contra a parede.
Na época do crime, a família disse Yara se mostrava feliz e falava que estava bem no casamento. Uma irmã dela afirmou que “ele era a pessoa que ela tinha encontrado para ser feliz, e parecia ótimo marido”.
Maria da Penha: “A mulher morre onde ela deveria ser protegida”
Steinbach será julgado às 9h de 29 de setembro. O caso de Yara foi um dos primeiros no Estado a ser enquadrado dentro da Lei Maria da Penha, sancionada três meses antes da morte dela. A legislação criou mecanismos para coibir a violência doméstica contra a mulher.
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