A sequência de atentados contra a vida no Bairro São Paulo, em Navegantes, incluindo a morte de um menino de oito anos, fez com que a Polícia Militar intensificasse o policiamento na localidade. O comandante da 3ª região da Polícia Militar, tenente-coronel Atair Derner, informou que haverá polícia 24 horas no bairro até que a tranquilidade seja retomada.

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As pessoas que morreram nesta semana tinham envolvimento com o tráfico?

Não necessariamente, mas são vítimas. Esse menino que morreu, por exemplo, não tinha envolvimento. Mas a família do menino tinha. Os crimes estão relacionados com brigas entre duas famílias e disputas de pontos de tráfico.

Essa morte chamou a atenção da polícia por ser uma criança e por, segundo relatos, ter sido direcionada?

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Causou uma estranheza. A Polícia Civil vai investigar isso muito melhor que nós, mas chama a atenção pela idade da criança. Tanto que uma das nossas preocupações foi saber se ele tinha algum envolvimento físico efetivo no tráfico, mas para a Polícia Militar nunca teve nenhum registro. Mas foi um crime dirigido, talvez uma demonstração para alguém de que a coisa pode ser mais violenta ainda.

Como a PM vai atuar a partir de agora no Bairro São Paulo?

Nós estávamos há um ano e dois meses com o ambiente mais tranquilo no São Paulo, resultado de uma intensificação de policiamento anterior, quando houve uma crise forte ali, e resultado da polícia comunitária. É uma polícia de aproximação, as guarnições se comunicam com a população, os moradores trazem informação e a polícia é presente na comunidade.

Surpreendeu a gente esse recrudescimento e nós vamos atuar sim. A Polícia Militar vai ficar 24 horas ali, inclusive, policiais de outros municípios podem ser chamados. Até que a gente consiga diminuir isso ou a Polícia Civil prender os autores o policiamento ficará bastante intenso.

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Está se pensando em alguma medida mais drástica como toque de recolher?

Não, mas quinta-feira, por exemplo, os bares fecharam cedo. Não por uma orientação da polícia, mas de forma natural e voluntária, talvez por alguma apreensão. Está constatado que o clima não está bom e as pessoas estão entendendo que é melhor evitar bar aberto. Mas não cogitamos toque de recolher e sim a presença da polícia.