A polícia de Navegantes ainda não tem suspeitos pelo assassinato de Michael Douglas Jeremias, de oito anos, morto a tiros na madrugada de sexta-feira no Bairro São Paulo. Mas indica que o crime realmente foi motivado por vingança e briga pelo controle do tráfico de drogas na região.

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Conforme o delegado Rodrigo Carriço, a investigação do caso não trabalha com outra hipótese. Tentando devolver a normalidade ao bairro, a Polícia Civil pretende fazer uma varredura no local na próxima semana, cumprindo mandados de prisão em aberto. A Polícia Militar também promete intensificar a atuação, com presença constante até que a segurança seja retomada.

Por volta de 4h20min de sexta, dois homens invadiram a residência em que o menino morava com a avó e dispararam contra ele. A criança levou três tiros, que atingiram o braço, a perna e a cabeça. A vítima chegou a ser encaminhada ao Hospital Pequeno Anjo, em Itajaí, mas não resistiu aos ferimentos.

O corpo foi encaminhado para o IML e liberado durante a tarde. O velório ocorreu em uma igreja evangélica no Bairro São Paulo e o enterro está marcado para 9h30min deste sábado, no Cemitério Parque Metropolitano, no Bairro Gravatá.

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Disputa

De acordo com informações da polícia, o homicídio de sexta tem relação com outros três crimes contra a vida registrados em Navegantes no último mês. O primeiro deles ocorreu em 13 de julho, quando Rudnei Ribeiro Gonçalves, 24 anos, que seria traficante, foi executado a tiros na saída de uma igreja.

O acerto de contas viria na quarta-feira, quando João Maria Garcia dos Santos, 49 anos, foi morto em um bar, por um homem encapuzado. Ele não tinha passagens pela polícia, mas estaria envolvido com traficantes rivais a Rudnei.

A onda de vingança entre grupos rivais continuou no dia seguinte, com a tentativa de homicídio contra um familiar de Michael. O homem de 33 anos foi baleado na rua pelo próprio sobrinho, de 14, mas se recupera bem no hospital. Com o assassinato do menino de oito anos, a disputa entre famílias ganhou mais um capítulo.

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– A questão se aprofundou. Começaram a matar um da gangue do outro e agora estão matando pessoas que não têm nada a ver com o tráfico – comenta o delegado Carriço.