Uma das maiores cidades de Santa Catarina está prestes a contar com um voo diário para a maior cidade do Brasil. Lages, na Serra, não tem uma linha direta com São Paulo há mais de 10 anos, mas essa antiga carência pode estar com os dias contados.

Continua depois da publicidade

A prefeitura e a Azul Linhas Aéreas negociam a implantação do serviço já há algum tempo. No último dia 6, o prefeito de Lages, Elizeu Mattos, participou em Brasília de uma reunião com o diretor institucional da companhia, Victor Rafael Rezende Celestino.

No encontro, promovido pelo senador Luiz Henrique da Silveira, o dirigente da Azul teria reiterado o compromisso de operar em Lages e dito que a empresa aguarda apenas a efetiva implantação do programa de desenvolvimento da aviação lançado em dezembro de 2012 pelo governo federal e que prevê até R$ 1 bilhão por ano em subsídios aos voos regionais.

– Lages foi incluída no programa e está com o aeroporto pronto para operar. Falta só a liberação dos subsídios, que darão vida aos voos regionais. A Azul vem. Já é uma decisão da companhia, e não apenas uma intenção. Em um raio de 150 quilômetros de Lages são mais de 700 mil habitantes, e há demanda para voar a São Paulo -, diz o prefeito Elizeu Mattos.

Procurada pela reportagem do Diário Catarinense, a Azul, por meio da sua assessoria de imprensa, em São Paulo, se limitou a informar que não tem uma definição sobre as suas operações em Lages.

Continua depois da publicidade

O prefeito Elizeu garante, porém, já estar definido que inicialmente será oferecido um voo diário em um avião modelo ATR com capacidade para 70 pessoas. A frequência não foi discutida, mas o preço da tarifa seria menor que o da viagem entre Florianópolis e São Paulo. Segundo o prefeito, a Azul não exige uma cota mínima de passagens por mês para operar em Lages.

Instável e cara, Brava Linhas Aéreas pode perder espaço

O prefeito de Lages deixa claro que não quer correr o risco de a cidade ficar sem voos a São Paulo por ainda mais tempo caso aposte as suas fichas em uma companhia que não lhe dê segurança e regularidade.

A Brava Linhas Aéreas, que operou em Lages por duas ocasiões com voos a Florianópolis e parou por falta de demanda – a última vez no segundo semestre do ano passado -, pretende criar um voo diário para São Paulo nos próximos meses em um avião para 30 pessoas.

O problema, conforme disse o próprio presidente da Brava, Jorge Barouki, em entrevista concedida no início deste mês ao DC, é que essa linha depende de um investimento mínimo de R$ 1,5 milhão, e ele não teria como gastar todo esse dinheiro sozinho. Barouki cobrou ajuda financeira do governo do Estado, que negou ter prometido à empresa o almejado suporte.

Continua depois da publicidade

– Tenho que dar vida ao nosso aeroporto, mas para isso preciso trazer empresas grandes e ter segurança e regularidade. Queremos ir para São Paulo e fazer conexão para qualquer lugar. Não posso correr o risco de ficar mais 10 anos sem voos para São Paulo -, conclui o prefeito Elizeu Mattos.