A Brava Linhas Aéreas (antiga NHT) suspendeu todas as suas operações em Santa Catarina e não tem data para voltar. A última viagem ocorreu no dia 17 de dezembro de 2013, quando um avião fez o trajeto entre Porto Alegre e Rio Grande, no Rio Grande do Sul. A direção da empresa afirma que problemas com a documentação das aeronaves e dos tripulantes levaram à paralisação.
Continua depois da publicidade
De acordo com o presidente da Brava, Jorge Barouki, a companhia irá atender os clientes que já tinham comprado passagens. Segundo o executivo, os bilhetes continuam valendo e poderão ser utilizados a qualquer momento tão logo as operações sejam retomadas.
Em Santa Catarina, a Brava tinha um voo que ligava quatro cidades. A linha São Miguel do Oeste/Concórdia/Lages/Florianópolis iniciou a operação no dia 10 de junho em um avião modelo LET com capacidade para 19 passageiros. O serviço era realizado de segunda a sexta-feira, mas foi interrompido poucas semanas depois sem maiores explicações por parte da Brava.
No Oeste, cancelamento ocorreu por baixa demanda
O presidente da Brava explica que no caso de São Miguel do Oeste, Concórdia e Florianópolis, as operações foram suspensas porque a empresa encontra dificuldades em regularizar o seguro do avião. De acordo com Barouki, a empresa tem o único LET em operação no Brasil atualmente. A apólice tem um valor muito elevado e desde novembro a Brava tenta resolver essa situação.
Continua depois da publicidade
No caso específico de Lages, Barouki diz que a distância de apenas 220 quilômetros até Florianópolis, que pode ser percorrida em menos de três horas de carro pela BR-282, não justifica a necessidade de um voo entre as duas cidades.
Quando a empresa estiver apta a voar, a antiga linha aérea será retomada, mas ficará restrita a São Miguel do Oeste, Concórdia e Florianópolis, sem escalas em Lages.
O município deverá contar com um voo direto para São Paulo.
Desejo de ampliar as rotas
A Brava pretende investir em um novo modelo de aeronave, o Embraer 120, com capacidade para 30 passageiros e serviço de bordo. A companhia comprou um equipamento em setembro de 2012 e imediatamente entrou com pedido de homologação junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mas só no último dia 21 de janeiro obteve a documentação necessária.
Durante esse período, a Brava encaminhou seus pilotos e mecânicos para reciclagem, mas como o processo de homologação do Embraer 120 durou um ano e quatro meses, os cursos dos tripulantes perderam a validade e precisarão ser refeitos.
Continua depois da publicidade
Jorge Barouki diz que, não bastasse o alto custo destes cursos, apenas uma escola, localizada em Curitiba (PR), os ministra em toda a América Latina e, devido à alta demanda, a Brava aguarda abertura de vagas para os seus profissionais.
Outro problema, segundo o presidente da companhia, é a necessidade de adaptações em aeroportos de várias cidades nas quais a Brava opera, como Rio Grande (RS). Em Santa Catarina, os voos da extinta linha São Miguel do Oeste/Concórdia/Lages/Florianópolis deveriam ter iniciado em março do ano passado, mas atrasaram três meses em decorrência de problemas burocráticos e de infraestrutura nos aeroportos de São Miguel do Oeste e Concórdia. Porém, com as respectivas soluções, as operações foram liberadas em junho.
Linha de Lages a São Paulo custaria R$ 1,5 milhão
Os planos da companhia após a recuperação são de crescimento. A Brava pretende implantar duas novas linhas em Santa Catarina. Uma delas ligará Chapecó a Porto Alegre e São Paulo, mas este serviço só passará a ser oferecido quando a companhia adquirir o segundo Embraer 120, o que ainda não há prazo para ocorrer.
Já a outra linha, ligará Lages às mesmas capitais. A proposta é oferecer o serviço com o Embraer 120 que a Brava já possui e cuja homologação na Anac acabou de ficar pronta.
Continua depois da publicidade
Para criar os voos ligando Lages a Porto Alegre e São Paulo, Jorge Barouki diz ser necessário um investimento mínimo de R$ 1,5 milhão. Ele garante não poder desembolsar todo esse dinheiro sozinho, pois já teria gasto algo em torno de R$ 900 mil para ligar Lages a Florianópolis na antiga linha. Barouki cobra ajuda do governo catarinense.
– O governo do Estado me prometeu apoio financeiro e eu disse que, se recebesse, eu levaria a matriz da empresa (hoje em Porto Alegre) para Santa Catarina. Mas até agora não recebi nada. Se o governo der o apoio, em 60 dias eu consigo iniciar os voos em Lages.
Procurado pela reportagem do DC, a assessoria de imprensa do governo do Estado, disse que nunca se comprometeu em apoiar financeiramente a companhia aérea.