A chefe do setor de saúde e segurança do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em Santa Catarina, Luciana Carvalho, informou na tarde desta terça-feira, que os auditores interditaram todo o setor, não apenas equipamento na fundição Tupy, em Joinville.
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Ministério do Trabalho interdita equipamento na Tupy
A medida é considerada pelo MTE como a mais forte na fiscalização e faz parte da investigação iniciada após a morte de um funcionário no último dia 4. O objetivo, segundo a auditora, é evitar a exposição dos trabalhadores a riscos graves e iminentes e possibilitar que a empresa faça as adequações em máquinas e equipamentos do local.
Entre os vários procedimentos solicitados estão a análise de risco de máquinas e equipamentos tanto para operação, ajuste, limpeza e manutenção, bem como laudos de aterramento e de conformidade com a legislação vigente.
O tempo necessário para as adequações depende de cada empresa, podendo variar de um dia a até dois anos. De acordo com o sindicato dos metalúrgicos, no setor onde ocorreu o acidente trabalham em torno de 330 profissionais e eles tiveram as férias coletivas estendidas até o dia 5 de outubro.
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– Foram interditados os setores de serviços junto aos fornos de indução denominados fornos vazadores A1 e A2, localizados na Fundição A ou Telhado A, que pertencem às linhas A1 e A2 – relatou Luciana.
Segundo o MTE, o acidente ocorreu na linha de fundição A1. O funcionário Venicio Rufino de Borba morreu horas depois no hospital, em virtude dos ferimentos provocados por queimaduras em todo o corpo no acidente envolvendo o forno vazador 4. Outros três trabalhadores ficaram feridos: Valdir Rocha de Lima, Felipe Airto Mendes e Anderson Antão.
Procurada, a Tupy não deu detalhes sobre a interdição.
Trabalhador que morreu tinha 25 anos de casa
Ato pacífico
O sindicato dos trabalhadores na indústria metalúrgica de Joinville realizou uma manifestação em frente à fundição, localizada no bairro Boa Vista, no início da tarde desta terça-feira. O presidente da entidade, Sebastião de Souza Alves, explicou que o movimento ocorreu em defesa da vida, em memória às vítimas de acidentes de trabalho e em solidariedade às famílias.
O ato teve o apoio de sindicatos dos mecânicos e do plástico, em Joinville, e dos metalúrgicos e de alimentação, de Jaraguá do Sul.
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Os sindicalistas distribuíram o jornal da categoria e exibiram faixas aos funcionários que chegavam para o trabalho no início da tarde. O movimento se dispersou horas depois sem incidentes.