Oito vezes campeão mundial de supino e levantamento terra, eleito o homem mais forte do país em duas oportunidades e primeiro brasileiro a disputar o circuito do World Strongman (com os 10 mais fortes do mundo). Essa é uma pequena parte do currículo do empresário de Florianópolis Ricardo Nort, que ainda inclui tocar piano (isso mesmo). Aos 44 anos, o atleta estava aposentado, mas de repente se viu disputando mais uma decisão mundial num esporte de força totalmente novo pra ele: o mas-wrestling. E o cara saiu campeão.

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Pouco conhecida no Brasil, essa modalidade é na verdade uma luta com bastão. Nort conta que era uma forma de selecionar os remadores vikings mais fortes. Tem origem na Sibéria e está se popularizado na Rússia. Inclusive o presidente Vladimir Putin quer torná-lo olímpico. Empresas de lá estão investido em atletas em 40 países. Ricardo é um deles.

Atualmente com 142 kg e medindo 1,92m, Nort foi ouro na categoria dele no evento Arnold Classic, que aconteceu no mês passado em Ohio, nos EUA. O evento é organizado há 30 anos por Arnold Schwarzenegger e envolve várias modalidades de força. O catarinense disputou o mas-wrestling com adversários de 14 nacionalidades.

– É um esporte que tem uma tábua e um bastão onde fica um adversário de cada lado e um tenta roubar o bastão do outro, fazendo mais ou menos como um cabo de guerra, com que o adversário caia para o lado ou arranque o bastão – explica Nort.

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Por falta de atletas brasileiros nesse esporte, Ricardo foi convidado a participar de um campeonato na Rússia. Mas acabou sendo eliminado na primeira fase. E aí ficou treinando nos EUA, mas não acreditava que o resultado viria tão rápido.

– Pra mim, que estou há seis meses nesse esporte foi incrível conseguir esse título. Era uma coisa que nem eu esperava. Tanto que eu já tinha ido para a Rússia antes e eu fui sem treinar achando que era só força e não foi bem assim. Então eu fui treinar na Califórnia uns 15 dias antes para pegar técnica e participar do campeonato para pegar experiência. Só que não esperava ter ganho. Graças a Deus estava bem preparado no dia – comemora mostrando o pesado cinturão do título.

O cara já arrastou ônibus e até um avião

– Eu sempre fiz musculação. E como eu conseguia monitorar meus próprios treinos, consegui desenvolver força e rapidinho assim eu já estava em nível para disputar campeonatos.

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O primeiro título de homem mais forte do Brasil veio por acaso, em 2007, numa competição na praia de Balneário Camboriú. Ele acompanhava as provas na plateia quando o locutor desafiou os expectadores a arrastar uma roda de trator. Ricardo Nort não só cumpriu o objetivo como foi campeão.

No final da carreira, participou do programa de TV Os Super-Humanos de Stan Lee, do National Geografic. Lee foi o quadrinista da Marvel, desenhou personagens clássicos como O Incrível Hulk, O Homem-Aranha e os X-Men. O gringo procurava pessoas que fazem grandes feitos de força, e Nort foi escolhido no Brasil. Chegou a arrastar um caminhão que carregava na caçamba outro caminhão! Em 2011, conseguiu a façanha de puxar uma avião no Aeroporto Hercílio Luz. Detalhe: os pneus da aeronave estavam vazios.

– Às vezes, é muito mais difícil puxar um peso morto que não representa tanto volume.

Paixão por pianos

Ele toca
Ele toca “de ouvido” desde os 7 anos (Foto: Leo Munhoz / Diário Catarinense)

Ricardo brinca que quem vê um fortão de quase dois metros de altura pegando um piano pensa: “só pode ser para quebrar!”. Os dedos enormes dele mal cabem nas teclas. Nos sustenidos, então, chega a dar mais calo ainda. E aí vem a leveza com que ele tira a mão da tecla após suavemente tocar a nota. Isso aumenta ainda mais esse paradoxo.

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– Todo mundo fica impressionado, mas é uma coisa que eu toco de ouvido desde os 7 anos. E eu me mantive tocando piano, mas não com tanta intensidade. Hoje em dia eu já tenho um professor que me auxilia, tenta encaminhar mais o meu talento, e eu tento aperfeiçoar as duas coisas – revela Nort.

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