A imprensa dos EUA começou a buscar justificativas para a tragédia ocorrida nesta quinta-feira da base militar de Fort Hood, no Texas. As primeiras informações apontam que o iminente envio ao Afeganistão do comandante Nidal Malik Hassan, suposto autor do massacre , seja o possível estopim para a tragédia.
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Por enquanto, as autoridades não quiseram “especular” as causas do tiroteio que, supostamente cometido por Hassan, matou 13 pessoas e feriu 28. Hassan, que ficou ferido, se encontra em situação estável em um hospital no Texas.
Hassan, um psiquiatra militar de 40 anos e de origem árabe, é especialista em transtornos de estresse pós-traumático e ultimamente estava “mortificado” com a ideia de ser enviado ao Afeganistão.
A imprensa americana afirmou nesta sexta-feira que Nidal Malik Hassan, nascido no estado da Virgínia, mas de origem jordaniana, começou a ter problemas com sua situação de estar no Exército dos EUA depois de 2001.
A princípio, os motivos parecem complexos, mas poderiam ter a ver com sua origem jordaniana, o fato de pertencer ao Exército dos EUA e seu profundo conhecimento, como psiquiatra, dos horrores da guerra. Durante o tempo em que viveu na área de Washington o psiquiatra assistia regularmente às rezas em uma mesquita da área e um dos imames da mesma disse à imprensa local que ele era muçulmano.
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Segundo declarações de um primo de Hassan ao jornal “The New York Times”, o comandante estava ultimamente “mortificado com a ideia de ser enviado à frente”. Hassan não lidava bem com os relatos de horror que, como psiquiatra e militar, ouvia dos companheiros que voltavam da guerra.
Mindy Mechanic, professora de psicologia da Universidade da Califórnia, disse à “CNN” que este tipo de relato tem um impacto profundo na pessoa que ouve, mas destacou que, normalmente, é “improvável” que a repercussão seja tão extrema quanto neste caso. Na opinião de Mechanic, estas pessoas podem sofrer traumas, mas elas não Tem o tipo de reação que o psiquiatra teve.
Noel Hassan, tia do suposto agressor, disse ao jornal “The Washington Post” que o militar tinha se sentido acossado por outros militares, devido à origem árabe.
Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, Hassan tinha falado com os parentes sobre a possibilidade de deixar o Exército e inclusive pagar tudo o que tinham investido em sua carreira na medicina. Um vídeo feito por uma câmera de segurança de um estabelecimento 24 horas, exibido hoje pela “CNN”, mostra Hassan na quinta-feira – no mesmo dia do massacre – vestido com uma túnica branca típica dos muçulmanos, entrando para comprar seu café da manhã na loja.
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O proprietário do local, que conhece o suposto agressor há anos, disse que, como quase todos os dias, Hassan comprou seu café da manhã. A fonte também explicou que Hassan não falava bem árabe e sabia que seria enviado ao Afeganistão em breve, e isso o deixou “muito infeliz”.
Hassan se formou como médico militar em 2001 e, antes de ser destinado a Fort Hood, trabalhou no Centro de Estudos sobre o Estresse Traumático, como doutor especializado em situações de desastre. Durante seu trabalho no hospital de veteranos Walter Reed, na área de Washington, Hassan teve algumas “dificuldades”, mas nada que fosse especialmente suspeito.
No entanto, segundo o que a imprensa dos EUA publica nesta sexta-feira, há seis meses Hassan levantou suspeitas das autoridades devido a algumas opiniões que tinha publicado na internet sobre bombas de suicidas e outras ameaças, nas quais colocava no mesmo nível os suicidas e os soldados que arriscam suas vidas para salvar as de outros.
Por enquanto, parece que não tinha sido confirmado exatamente que Hassan fosse o autor desses comentários, mas isso estava sendo investigado.
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