A tensão aumenta no Egito, com assessores do presidente egípcio Mohamed Mursi declarando que um golpe militar está ocorrendo. O Palácio Presidencial está cercado por tanques.
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De acordo com o jornal estatal Al-Ahram, citando um oficial sênior, o presidente egípcio, Mohamed Mursi, “não faz mais parte do círculo de decisões do Estado”. “O presidente não é mais capaz de tomar qualquer decisão política agora, e uma decisão foi tomada para evitar que líderes leais ao atual regime viagem para o Exterior até que o Comando Geral das Forças Armadas conclua a elaboração de seu pronunciamento”.
Centenas de milhares de manifestantes aguardam na Praça Tahrir o pronunciamento das Forças Armadas. Segundo a agência estatal Mena, os militares estarão acompanhados de clérigos e figuras ligadas ao movimento Tamarrod (rebelião, em árabe).
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As informações são desencontradas. A rede Al-Jazeera em árabe relatou que todos os assessores de Mursi deixaram o palácio presidencial e que apenas Mursi está lá. A rede CNN divulgou há pouco que a equipe perdeu contato com o presidente e não se sabe onde ele está.
O porta-voz da Irmandade Muçulmana, Gehad al-Haddad disse em sua conta no Twitter que o “golpe militar” está a caminho no Egito. “Tanques começaram a se mover pelas ruas”.
Mais cedo, Mursi, convocou pelo Facebook a formação de um “governo de coalizão e de consenso” no momento em que expirava (12h, no Brasil) um ultimato das Forças Armadas, que ameaçaram impor sua solução política à crise se o chefe de Estado islamita ignorasse as “reivindicações do povo”.
Em sua página oficial do Facebook, Mursi, cuja renúncia é exigida por dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça Tahrir, convocou a formação de “um governo de coalizão e de consenso para organizar eleições legislativas”.
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Segundo informações não-oficiais, Mohamed Mursi e líderes islâmicos estão proibidos de sair do Egito. Funcionários aeroportuários teriam recebido ordens de impedir que Mursi, o líder da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, e o número dois da confraria, Jairat al Shater, saiam do país.
O conselheiro do presidente egípcio para a segurança nacional, Esam al Hadad, também denuncia um “golpe de Estado militar” que, segundo ele, vai acontecer nesta quarta-feira, depois de expirar o ultimato do exército ao chefe de Estado.
“Pelo bem do Egito e pela exatidão histórica, vamos chamar o que está acontecendo por seu verdadeiro nome: golpe de Estado militar”, afirmou Hadad em um post no Facebook.
O exército ocupa a TV estatal. Na praça Tahrir, no Cairo, uma multidão celebra como se Mursi já tivesse sido derrubado, como aconteceu o ex-ditador Hosni Mubarak, na Primavera Árabe de 2011.
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Em uma semana de manifestações para exigir a renúncia de Mursi, 47 pessoas, incluindo um americano, morreram em confrontoscom grupos de apoiadores de Mursi.